Resumo

As primeiras cidades surgiram há aproximadamente 5.000 anos, na Mesopotâmia, entretanto, com o passar do tempo, e em especial a partir do Século XX, o ritmo de crescimento das cidades tem sido bastante acelerado, trazendo consigo implicações socioespaciais, as quais afetam negativamente o bem-estar socioambiental. Diante desse contexto, desponta a importância do tema planejamento urbano, o qual deve reconhecer as necessidades dos cidadãos, possibilitando então transformar as cidades em locais mais atrativos com o foco na sustentabilidade e com qualidade de vida.

Diante da problemática de que os espaços urbanos, ao longo dos tempos e na grande maioria das cidades vem se deteriorando, comprometendo a qualidade de vida e o convívio de seus cidadãos, e que as políticas públicas implementadas não têm surtido o efeito desejado, questiona-se: Como a tecnologia, em especial a que trata dos projetos da construção civil pode contribuir para mitigar tais problemas? O objetivo do presente artigo é discutir o uso da tecnologia no apoio das políticas públicas de planejamento dos espaços urbanos de forma sustentável, em especial o uso da Plataforma BIM.

O surgimento de novas ferramentas que busquem maximizar as construções e facilitar seu gerenciamento é inevitável, e uma das alternativas que surgiram para auxiliar nessas questões foi a tecnologia BIM, pois possui recursos que possibilitam o desenvolvimento de todos os setores projetuais de forma integrada, prevendo com antecedência possíveis contratempos, que permitem o acompanhamento de cada etapa da construção. Conforme Chong, Wang e Lee (2016), o BIM permite ganhos nas etapas de planejamento, projeto, construção, consumo de energia, operação e manutenção, com controle colaborativo.

Trata-se de um ensaio teórico que a partir da pesquisa bibliográfica, discute o estado da arte pela ótica de pesquisadores especialistas do tema, e o faz com um olhar de quem convive com a questão e tem buscado soluções que possam permitir avanços no sentido de equacionar os problemas decorrentes de uma ocupação urbana descontrolada. Nesse sentido, convém destacar que dois dos autores do artigo são engenheiros civis que atuam como projetistas e já utilizam a tecnologia da plataforma BIM, embora de forma embrionária, haja visto que no Brasil esse processo ainda ser encontra em fase inicial.

A plataforma BIM possibilita através dos modelos de arquitetura e de dados de características físicas atrelados aos materiais, realizar análises energéticas das edificações em um ambiente digital, de modo que haja economia de energia, e melhora no conforto térmico, lumínico e acústico. Esse tipo de estudo de desempenho energético proporciona não só uma redução nas despesas, como também nos impactos ambientais. É importante destacar, também, que para empresas que atuam no mercado da construção civil estar associada ao tema sustentabilidade pode trazer vantagens competitivas junto ao mercado.

A Plataforma BIM pode ser considerado um marco no setor da construção civil, apresentando recursos que auxiliam na produção dos projetos e sua compatibilização, evitando que muitos problemas se apresentem para serem resolvidos apenas no momento da execução. No tocante às políticas públicas a plataforma permite um melhor planejamento e, acima de tudo, um acompanhamento mais eficiente e em tempo real da ocupação do espaço urbano, por qualquer tipo de empreendimento, por meio das licenças para construir, por exemplo, sendo possível obtermos ambientes urbanos sustentáveis.

CHAVES, H. B. M. o Advento da Tecnologia BIM e como ela pode auxiliar no desenvolvimento de projetos e na adequação à Norma de Desempenho. Monografia de conclusão do Curso de Engenharia Civil. UFCG, 95 p. Campina Grande, 2018 CHONG, Heap-Yih; WANG, Xiangyu; LEE, Cen-Ying. A mixed review of the adoption of Building Information Modelling (BIM) for sustainability. Journal of Cleaner Production, 2016 GONÇALVES, Francisco A. A. Dimensões do BIM e seus níveis de desenvolvimento de um modelo LOD. Edição 157. Revista OSE Portal Elétrico, Novemp, São Paulo, 2019.