Resumo

Tornar uma cidade inclusiva, segura, resiliente e sustentável inclui um elevado número de metas e ações que devem ser consideradas pelos governos. Em contrapartida, a ciência vem estudando formas de contribuir com esta questão, estudando por muitas vezes, conceitos distintos, mas complementares, tais como, cidades saudáveis, cidades inteligentes e cidades sustentáveis. Visando gerenciar recursos de forma eficiente é necessário que a cidade tenha uma gestão integrada e flexível (Crane et al., 2021).

Esta pesquisa tem como questão problema: Qual o impacto da governança na saúde, transporte, espaços verdes e ar? Para responder a esta pergunta, tem-se como objetivo desta pesquisa: verificar qual o impacto do indicador governança nos indicadores relacionados à saúde, transporte, espaços verdes e ar.

Existem diversas definições sobre Governança, de acordo com Liu, Gatzweiler & Kumar (2021) a governança é a interação de agentes públicos e privados com o objetivo de resolver problemas sociais, cuidar das instituições que reagem a estas interações e estabelecer regras normativas para essas atividades. Há possibilidade da governança impactar a gestão do ar de uma cidade (H1), espaços verdes (H2), saúde (H3), e transporte (H4).

Para a coleta de dados do modelo, optou-se por uma revisão sistemática da literatura. Para o referencial teórico utilizam-se artigos coletados em bases de dados internacionais. Para elaborar os indicadores, identificaram-se os indicadores citados na literatura. A pesquisa foi realizada com coleta de dados via survey através da ferramenta Google Forms e análise via estatística descritiva e técnica de modelagem de equação estrutural Partial Least Squares.

O planejamento estratégico de cidade saudável sustentável é composto por 5 indicadores que representam as dimensões da sustentabilidade, são elas: (1) Governança; (2) Ar; (3) Espaço Verde; (4) Saúde; e (5) Transporte. Verifica-se que as variáveis dependentes apresentam R² superior a 0,26, indicando um grau de explicação elevado. Todas as hipóteses estão acima do valor de referência (1,96) no T Statistics, suportando as hipóteses a p value 1%. Nesse caso rejeitaram-se as H0 e pode-se dizer que as correlações e os coeficientes de regressão são significantes.

Esta pesquisa visa contribuir com a literatura, uma vez que apresenta um arcabouço literário da temática de cidades inteligentes, saudáveis e sustentáveis e também, indicadores de gestão. Ainda, contribui para fins acadêmicos uma vez que apresenta uma metodologia eficiente para a elaboração de um mapa estratégico e modelo estatístico. Por fim, a pesquisa contribui para fins práticos, uma vez que apresenta aos gestores de cidades um modelo capaz de auxiliar na gestão e monitoramento da governança, transporte, espaços verdes e poluição do ar.

Crane, M., Lloyd, S., Haines, A., Ding, D., Hutchinson, E., & Belesova, K. et al. (2021). Transforming cities for sustainability: A health perspective. Environment International, 147, 106366. doi: 10.1016/j.envint.2020.106366 Liu, J., Gatzweiler, F., & Kumar, M. (2021). An evolutionary complex systems perspective on urban health. Socio-Economic Planning Sciences, 75, 100815. doi: 10.1016/j.seps.2020.100815