Resumo

Título do Artigo

O que motiva os Paulistanos a usar a bicicleta como meio de transporte? Um estudo à luz do Goal Framing
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Tema

Cidades Sustentáveis e Inteligentes

Autores

Nome
1 - Felipe Fedrigo Foltram
Universidade de São Paulo - USP - Faculdade de Economia e Administração Responsável pela submissão
2 - Paula Sarita Bigio Schnaider Nissimoff
- Departamento de Administração
3 - Juliano Pelegrina
- Faculdade de Administração, FEA - Universidade de São Paulo (USP)

Reumo

O trabalho a seguir busca compreender as principais motivações para os habitantes da cidade de São Paulo utilizarem a bicicleta como meio de transporte. A partir da Teoria do Goal Framing e da identificação de fatores exógenos que afetam a propensão ao uso de bicicletas, realizou-se uma pesquisa survey online. Os dados analisados por meio de modelos de regressão indicam que as motivações intrínsecas ao indivíduo vão além do âmbito econômico, isto é, aqueles orientados por aspectos normativos são os que apresentam maior propensão a usar a bicicleta como meio de transporte em São Paulo.
O problema de pesquisa foi o de entender qual a motivação dos paulistanos a utilizar a bicicleta como meio de transporte, utilizando a Teoria do Goal Framining. O objetivo do estudo foi entender, além do comportamento do usuário, se as políticas públicas atuais colaboram ou não com esse hábito.
A Teoria do Goal Framing (TGF) surge nos anos 2000, proposta por Siegwart Lindenberg, em contraponto a Teoria das Escolhas Racionais (TER). A teoria propõe que as decisões humanas são tomadas com base em determinados “frames”, ou seja, situações de ação em condições imediatas. O autor sugere que assumir simplesmente que escolhas são feitas de um ponto padrão de racionalidade não leva em conta as pequenas escolhas e influências que o momento produz.
Foi realizada uma pesquisa quantitativa a partir de dados primários do tipo Survey, veiculada online, buscando mensurar as características pessoais dos respondentes, a influência dos fatores exógenos sobre os mesmos e por fim, a principal motivação dos indivíduos quanto ao seu principal meio de locomoção. A pesquisa obteve 452 respostas válidas. Foi realizado um pré-teste acompanhado para validar as perguntas e excluir qualquer as aspecto que gerasse dúvida. O questionário contou com 27 perguntas, divididas em três partes.
A análise dos dados foi feita utilizando o modelo de Regressão Logística (Logit) no software STATA. Buscou-se obter uma equação que relaciona a probabilidade de uso da bicicleta como principal modalidade de transporte em função do perfil, da motivação e fatores exógenos onde convivem os respondentes.
Interessante ressaltar desde já que este é um dos primeiros estudos a aplicar a Teoria do Goal Framing em um contexto que não empresarial, ou seja, aplicado a políticas públicas. Como pode-se notar, os resultados saem um pouco do âmbito econômico e acabam mostrando que no aspecto individual, as escolhas podem ter uma motivação muito diferente do esperado. O frame Normativo aparece como primeira força, demonstrando que o indivíduo opta por utilizar a bicicleta visando a norma, visando o que beneficia o meio ambiente, antes de beneficiar a si mesmo.
Lindenberg, S. (2000). The extension of rationality: Framing versus cognitive rationality. Lindenberg, S., & Steg, L. (2007). Normative, gain and hedonic goal frames guiding environmental behavior. Lindenberg, S., & Steg, L. (2013). Goal-framing theory and norm-guided environmental behavior. Pucher J., Dill J., Handy S. (2009). Infrastructure, programs, and policies to increase bicycling: An international review.