Resumo

Título do Artigo

Principais Assuntos de Auditoria e Nível de Divulgação de Ativos Biológicos nas Empresas do Segmento de Papel/Celulose e Madeira Listadas na B3
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Tema

Finanças Sustentáveis

Autores

Nome
1 - Nayara Meurer
Fundação Universidade Federal de Rondônia - UNIR - VILHENA-RO
2 - Gabriele Brizolla
-
3 - Deyvison de Lima Oliveira
- UNIR-UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA Responsável pela submissão

Reumo

O setor de árvores plantadas é um dos setores que impulsionam a economia nacional com um Produto Interno Bruto (PIB) de 1,3% do PIB brasileiro e 6,9% do PIB industrial, tendo importante contribuição para a economia (IBÁ, 2019). A complexidade na mensuração de florestas dificulta a interpretação de relatórios pelos usuários. Há dificuldade de recalcular o valor justo de florestas, além de aspectos subjetivos na determinação desse valor e, ainda, restrição de acesso à informação (PEREIRA et al., 2020). O exame da auditoria tende a aumentar a confiabilidade da informação.
O problema de pesquisa consiste em identificar os assuntos contábeis de ativos biológicos que mais são apresentados pelas firmas de auditoria, nas empresas do segmento de papel/celulose e madeira listadas na B3, no período de 2017 a 2019 e, adicionalmente, identificar o nível de divulgação das empresas do segmento florestal, confrontando-o com a natureza do relatório de auditoria. O estudo visa contribuir para uma possível melhora na divulgação desses ativos, visto que foram identificados os assuntos mais comentados na auditoria.
Mesmo com requisitos de determinação do valor justo e os níveis hierárquicos, os procedimentos utilizados pelas empresas são divulgados parcialmente, gerando dúvidas quanto à confiabilidade das informações. Assim, a auditoria agrega valor, pois seu objetivo é aumentar a confiabilidade das informações (NBC TA 200(R1)). Isso porque a opinião emitida pelo auditor, um profissional da área contábil, utiliza o ceticismo e julgamento profissional para obter segurança razoável de que as demonstrações contábeis como um todo estão livres de distorção relevante.
A coleta de dados teve como fonte as demonstrações e notas explicativas consolidadas anuais e os pareceres de empresas listadas na B3, do Setor Econômico “Materiais Básicos”, subsetor de madeira e papel e segmento de papel/celulose e madeira (2017 a 2019). Para se identificar as empresas que reconheceram ativos biológicos em seus balanços foram analisados os conteúdos das Demonstrações Padronizadas disponíveis na B3. Para identificar os principais assuntos de auditoria (PAAs) foi necessário análise qualitativa dos relatórios, priorizando os assuntos com relação explícita a ativos biológicos.
Verificou-se que a maioria dos relatórios foram emitidos por firmas Big Four, as quatro maiores empresas contábeis especializadas em auditoria e consultoria do mundo, sendo elas: Ernst & Young, PricewaterhouseCoopers (PwC), Deloitte e KPMG. Os tipos de relatório das firmas de auditoria são em grande maioria sem ressalva, com opinião não modificada. Os assuntos de auditoria mais tratados no período são a mensuração a valor justo, e o reconhecimento de receitas de vendas. Quanto ao nível de disclosure nenhuma empresa preencheu todos os itens da análise.
A mensuração o valor justo, presente em quase todos os relatórios, indica que as auditorias dão relevância ao assunto, porém, há divergência quando levado em consideração a natureza dos relatórios, visto que a maioria deles foi sem ressalva. O confronto com o nível de disclosure indica que os relatórios não estão alinhados aos requisitos de divulgação, pois as empresas não divulgam todos os itens do padrão. Um maior nível de disclosure ofereceria aos usuários maior confiabilidade das informações, mitigaria riscos, podendo representar um diferencial entre entidades na análise de investidores.
CFC. NBC TA 200 (R1): Objetivos Gerais do Auditor Independente e a Condução da Auditoria em Conformidade com Normas de Auditoria. IBA. Relatório 2019. Disponível em: . Acesso em 17/04/2021. PEREIRA, R. Q.; MOREIRA, L. V. M.; NASU, V. H.; FLORES, E.; MARTINS, E. Análise da utilidade da mensuração a valor justo dos ativos florestais sob a ótica de preparadores das demonstrações financeiras. Custos e @gronegócio online, v. 16, n. 1, p. 47-78, Jan/Mar -2020.