Resumo

Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) resultam de um esforço mobilizador empreendido pela Organização das Nações Unidas (ONU) com foco na melhoria significativa das dimensões econômica, social e ambiental. Este artigo se vincula ao quarto objetivo que sugere a necessidade de “assegurar a educação inclusiva, e equitativa e de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos”.

Ao se observar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, em especial aquele orientado para “Educação de qualidade”, entende-se que Educadores necessitam de competências para realizarem com êxito a complexa tarefa de estimular o desenvolvimento intelectual e humano de seus alunos, em sintonia com os parâmetros e diretrizes institucionais. Este artigo aborda um projeto social de educação não formal, denominado Projeto de Educação Complementar (PEC), ofertado por uma instituição brasileira privada em diversos Estados do Brasil.

Para estabelecer a articulação entre os temas e prover a necessária fundamentação teórica foram consultados diversos autores, dentre os quais destacam-se os seguintes: a) sobre “educação social e educação não-formal”: Gadotti (2012), Gohn (2010), Pereira (2016, 2019), Santos e Paulo (2017), Streck (2012); b) sobre “competências e educação”: Cheetham e Chivers (1996; 1998; 2000), Le Boterf (2003), Paiva (2007), Paiva e Melo (2009), Perrenoud (1999), Zabala e Arnau (2010), Zarifian (2001).

Realizou-se pesquisa de natureza qualitativa por meio de estudo de caso descritivo. A coleta de dados envolveu a aplicação de questionário, realização de entrevistas e consulta a fontes documentais. Os dados qualitativos foram sistematizados por meio de análise de conteúdo (Bardin, 2009). Os dados quantitativos foram tratados por estatística descritiva com utilização do Statistical Package for the Social Sciences (SPSS).

Em relação ao grau de importância das competências, as dimensões consideradas no modelo de Paiva e Melo (2009) foram classificadas, positivamente, nesta ordem, com base no valor da média: ética (4,59), comportamental (4,57), política (4,57), cognitiva (4,51) e funcional (4,50). O desenvolvimento de competências do instrutor do PEC se revelou complexo e marcado por desafios relacionados ao contexto de trabalho e ao processo de formação.

Em relação às competências requeridas dos instrutores, considerando o grau de importância e o nível de domínio sobre elas, observou-se que múltiplas competências têm sido requeridas no âmbito do PEC. As diversas competências agrupadas em categorias específicas foram avaliadas positivamente. Sobre as iniciativas e desafios relacionados ao desenvolvimento de competências profissionais, foi possível apurar que os instrutores necessitam administrar sua própria formação de maneira contínua em face da inexistência de modelos de formação e de avaliação formais.

Gadotti, M. (2012). Educação popular, educação social, educação comunitária: conceitos e práticas diversas, cimentadas por uma causa comum. Revista Diálogos: Pesquisa em Extensão Universitária, Brasília, DF, 18(1), 1-23. Gohn, M. G. (2010). Educação não formal e o educador social: atuação no desenvolvimento de projetos sociais. São Paulo: Cortez. Paiva, K. C. M., & Melo, M. C. O. L. de (2009). Competências profissionais docentes e sua gestão em universidades mineiras. In: D. H. Helal (coord.), Gestão de pessoas e competências: teoria e pesquisa (pp. 313-338). Curitiba: Juruá.