Resumo

Título do Artigo

IMPACTOS ECONÔMICO-FINANCEIROS DE DESASTRES AMBIENTAIS: ANÁLISE DE EMPRESAS MINERADORAS NO BRASIL
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Tema

Finanças Sustentáveis

Autores

Nome
1 - ALEX JOSE DE ALMEIDA
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - Ciências Biológicas Responsável pela submissão
2 - Marinette Santana Fraga
Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - PPGA
3 - Armindo dos Santos de Sousa Teodósio
- Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Reumo

A sustentabilidade como pilar de continuidade nos permite compreender a crescente amplitude das questões ambientais e a extrapolação de desenvolvimento sustentável como exclusividade de temas naturais. Insere, portanto nas dimensões do bem-estar humano e da economia social. Nessa vertente, este artigo objetiva averiguar se grandes desastres ambientais associados às marcas são capazes de impactar negativamente os resultados empresariais. Realizar essa verificação envolve a análise de indicadores econômico-financeiros em períodos antes, durante e após os desastres.
Realizou-se uma investigação sobre alguns indicadores financeiros e econômicos buscando averiguar se os desastres ambientais de grande proporções (Mariana/MG, 2015 e Brumadinho/MG, 2019), foram capazes de impactar negativamente os resultados empresariais no período de curto, médio e longo, realizada através do levantamento e analise geral de Balanços Patrimoniais (BP) e de Demonstrações do Resultado do Exercício (DRE), consolidados, bem como dos valores de ações dessas empresas na bolsa brasileira e de Nova Iorque.
No âmbito da Administração e com recorte da Teoria da Sustentabilidade, o desenvolvimento teórico do artigo adota o termo desastres ambientais, compreendendo que vários desses desastres tem conotação de crimes corporativos, não sendo apenas fatalidades ou imprevisibilidades, tendo causas complexas, inclusive em temos de desrespeito à legislação (ilegalidades) e à moralidade na condução dos negócios (expectativas socialmente construídas sobre uma condução adequada e justa de empresas nos sistemas de livre mercado).
O método de pesquisa será o já mencionado “estudo de caso” (YIN, 2015) e para instrumentalizar o estudo serão realizadas técnicas de coletas de dados secundários para fomentar a interpretação de informações financeiras e contábeis das empresas associadas aos desastres estudados.
De maneira geral, observou-se que sim, os desastres ambientais podem ocasionar impactos econômicos e financeiros nas empresas, sendo que um maior impacto econômico e financeiro foi observado para empresa Samarco do que para a Vale. Esse resultado era esperado, pois a primeira empresa concentra suas operações em Mariana/MG, com algumas outras atividades no mesmo Estado e no Espírito Santo. Por outro lado, a empresa Vale está globalmente instalada, com operações em todo território brasileiro e em diversas outras partes do mundo.
Os eventos estudados trouxeram importantes impactos nas finanças das empresas associadas a eles, confirmando a hipótese levantada para a elaboração do presente estudo. Porém, esses impactos foram sentidos de maneira diferenciada pelas duas empresas aqui analisadas, com valores absolutos maiores para a empresa Vale, porém, com maior significância para Samarco. Conforme já exposto, a Samarco concentrava suas operações em torno de sua mina em Mariana, enquanto a Vale possui diversas outras operações capazes de absorver o impacto da paralisação das atividades em Brumadinho.
SAMARCO. Relatório da Administração e Demonstrações Financeiras de 2014. 93 p. 2015. SAMARCO. Relatório da Administração e Demonstrações Financeiras de 2015. 87 p. 2016. SAMARCO. Relatório da Administração e Demonstrações Financeiras de 2016. 96 p. 2017. VALE. Demonstrações Financeiras. 31 de dezembro de 2018. 92 p. 2018. VALE. Demonstrações Financeiras. 31 de dezembro de 2019. 100 p. 2019. VALE. Demonstrações Financeiras. 31 de dezembro de 2020. 96 p. 2020.