Resumo

Este trabalho aborda a gestão da sustentabilidade ambiental em uma Instituição do Ensino Superior brasileira, e trata do problema do compartilhamento de informações com os colaboradores temporários. O sistema de gestão ambiental, implementado na Instituição, prevê uma série de medidas, ações, atividades e procedimentos necessários para que os objetivos definidos na política ambiental sejam alcançados. O problema está relacionado ao compartilhamento de informações, componente fundamental para que a política ambiental tenha êxito na participação efetiva dos colaboradores.

Políticas ambientais e sistemas de gestão ambiental necessitam ser compreendidos por toda a extensão organizacional, de forma a constituir um elemento da cultura organizacional, entendido e, sobretudo, praticado por todos os colaboradores, principalmente aqueles que têm prazo predeterminado para seguirem suas atividades e intervenções em outros contextos organizacionais. Entretanto, apesar das previsões procedimentais, das especificações em planos de ações e medidas operacionais, as organizações não conseguem alcançar a totalidade de seu conjunto de colaboradores.

A governança para a sustentabilidade pode ser definida como interações formais e informais entre atores e sistemas com o objetivo de integrar o conhecimento para atender às múltiplas dimensões da sustentabilidade (Shiroyama et al., 2012), sendo que o conhecimento passa a ser considerado um elemento fundamental para o êxito da governança (Biermann, 2007). A expansão das discussões sobre temas ligados à sustentabilidade tem contribuído para provocar mudanças nas diretrizes estratégicas das empresas, buscando equilibrar os três pilares da sustentabilidade (Kruglianskas & Pinsky, 2014).

A pesquisa tem natureza qualitativa, positivista, procura capturar e modelar significativos associados com a sustentabilidade e suas diretrizes em prol de uma cultura de preservação ambiental, busca significados que os entrevistados possam oferecer em relação ao compartilhamento de informações institucionais e emprega a técnica da triangulação buscando aumentar a confiabilidade dos resultados obtidos de diferentes fontes, primárias e secundárias. Busca-se a oportunidade de se investigar um caso exemplar, considerando seu contexto, sua trajetória e seu impacto socioambiental.

A expansão das discussões sobre temas ligados à sustentabilidade tem contribuído para provocar mudanças nas diretrizes estratégicas das empresas. As evidências coletadas indicam que, apesar do reconhecimento do valor da política ambiental e dos resultados positivos alcançados pela sua implementação no ambiente universitário, ainda há espaço para melhorias, sendo a área de comunicação uma das mais relevantes frentes de ações proativas.

O enfoque sustentável remete ao desenvolvimento cultural e ético das organizações e pressupõe uma abordagem sistêmica, em que as atividades inseridas na cadeia de valor da organização passam a ser observadas em função de seus resultados e ações para melhoria na troca de informações entre os colaboradores e a entre a organização e seu entorno (Kruglianskas & Pinsky, 2014; Das, 2017). Esse novo cenário abre espaço para se considerar a sustentabilidade como um dos pilares estratégicos das organizações (Barbieri, 2016).

Barbieri, J.C. (2016). Gestão ambiental empresarial: Conceitos, modelos e instrumentos. 4ªEd. São Paulo: Saraiva. Biermann, F. (2007). ‘Earth system governance as a crosscutting theme of global change research. Global Environmental Change, 17(3-4), 326-337. Das, D. (2017). Development and validation of a scale for measuring sustainable supply chain management practices and performance. Journal of Cleaner Production, 164, 1344-1362, doi: 10.1016/j.jclepro.2017.07.006. Kruglianskas, I., & Pinsky, V.C. (2014). Gestão estratégica da sustentabilidade: experiências brasileiras. São Paulo: Elsevier.