Resumo

Título do Artigo

O frágil grito pela vida sem agrotóxicos na formação de uma cultura de consumo nos flows of life dos consumidores de produtos orgânicos
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Tema

Marketing e Sustentabilidade

Autores

Nome
1 - Cora Franklina do Carmo Furtado
Universidade Estadual do Ceará - Universidade de Fortaleza Responsável pela submissão

Reumo

Com a força econômica das transnacionais e a então fusão em 2018, da alemã Bayer com a Monsanto, empresa de transgênicos norte-americana o poder do veneno com a transgenia segue a galope e encontra força na retórica de legisladores descomprometidos com a vida que apressam-se para retirar do Ministério do Meio Ambiente (MMA) a autoridade sobre o assunto que defende à vida (DOSSIÊ EM DEFESA DA VIDA, 2021). Dia 07 de outubro de 2021 é concretizada a desconstrução pela vida na terra, no planeta, no Brasil por meio da força do com o Decreto 10833, são liberados o uso de mais agrotóxicos.
É nesse cenário fúnebre e aterrorizante de pandemia que se questiona: onde está o eco do grito frágil pelos flows of life dos que buscam mais saúde planetária? Neste contexto de legalização de mais venenos e transgênicos na produção alimentícia o estudo tem por objetivo entender qual a formação de consumidores de produtos agroecológicos e orgânicos podem encontrar forças para lutar por outro estilo de vida. Descrever o que as falas desses consumidores trazem para o conhecimento de cultura de consumo a partir do estudo do flows of life.
Com base na perspectiva da pesquisa de Gould (2012), a decisão de desenvolver contribuições à cultura de consumo de produtos orgânicos deve-se ao fato que este tipo de consumo pode fornecer elementos à proposta de uma cultura integrada de consumo partindo do pressuposto que é a ocorrência de uma construção da cultura a partir da interação de um corpo e mente com o ambiente nos fluxos da vida (INGOLD, 2000).O corpo é a matéria que carrega uma mente no ambiente. A mente, por sua vez, é o conhecimento, que toma por perspectiva as habilidades adquiridas nos fluxos da vida.
O estudo teve por objetivo conhecer as motivações para o consumo de produtos orgânicos a partir do olhar da caminha do consumidor no processo de formação da educação alimentar. O lócus da pesquisa foi uma feira de produtos orgânicos em Fortaleza e os consumidores eram convidados a participar da pesquisa. Foram aplicadas entrevistas semiestruturadas com questões que buscavam conhecer quais os hábitos dos consumidores de produtos orgânicos nas suas caminhadas pela vida para priorizar o consumo de produtos orgânicos. O estudo buscou entender qual a influência dos flows of life dos consumidores.
A (re)construção indica que nos fluxos da vida os sujeitos vão se complementando, transformando suas maneiras de viver, mesmo que sutilmente (INGOLD, 2011), modificando os seus modos de vida e indicam traços de uma cultura holística e integrada de consumo. Os resultados confirmam esta questão quando alguns entrevistados consideram várias motivações para o consumo. “O conhecer, então, não reside nas relações entre estruturas no mundo e estruturas na mente, mas é imanente à vida e a consciência do conhecedor, pois desaboracha dentro do campo da prática – a taskscape [...]” (INGOLD, 2010, p. 21
O objetivo geral que era entender os processos de construção da integração da mente, corpo e ambiente nos fluxos de vida, por meio de uma cultura de consumo de produtos orgânico foi alcançado porque trouxe o entendimento dos processos de integração da mente-corpo-ambiente nos fluxos da vida, por meio da cultura de consumo de produtos orgânicos. Por último, foi explicado e evidenciado, por meio das práticas de consumo familiar de consumidores de produtos orgânicos, que as experiências e conhecimentos acumulados contribuíram para construir novos elementos na cultura de consumo atual.
INGOLD, T. The perception of the environment: essays on livelihood, dwelling and skill. New York: Psychology Press, 2000. INGOLD, T. Da transmissão de representações à educação da atenção. Educação, Porto Alegre, v. 33, n. 1, p. 6-25, jan./abr. 2010. INGOLD, T. Being alive: Essays on movement, knowledge and description. New York: Taylor & Francis, 2011. GOULD, S. J. The emergence of Consumer Introspection Theory (CIT): Introduction to a JBR special issue. Journal of Business Research, v. 65, n. 4, p. 453-460, 2012.