Resumo

A importância da agricultura familiar para o desenvolvimento sustentável e a segurança alimentar mundial tem sido foco de diferentes estudos, e as cooperativas são apontadas como organizações que auxiliam nesse processo. Assim, este estudo de caráter exploratório tem como objetivo analisar a contribuição das cooperativas, e o papel do ODS 2 da Agenda 2030 em prol de ações de bem comum para a agricultura familiar. Para isso, fez-se uso de revisão bibliográfica do tipo narrativa sobre agricultura familiar, bem comum, cooperativas e Agenda 2030. Os resultados identificaram semelhanças entre os princípios da cooperativa e os de sucesso de autogovernança do bem comum. E evidenciaram a importância das cooperativas para agricultura familiar como bem comum, tendo como norte duas metas do ODS2 estudadas. Contudo, os achados identificam riscos das cooperativas se tornarem anticommons (visão não coletiva, menos inclusiva e decisão não democrática), devido a necessidade de seguirem as orientações de mercado. Por fim, o estudo mostra a necessidade de investir em pesquisas empíricas sobre a relação entre agricultura familiar, bem comum, cooperativas, e ODS2 para averiguar o quanto (e em quais condições) as cooperativas conseguem se manter inclusivas (agricultores mais pobres e marginalizados) e contribuir para uma agricultura sustentável.

The importance of family farming for sustainable development and world food security has been the focus of different studies, and cooperatives help to organize this process. This exploratory paper aimed to analyze the contribution of cooperatives, and the role of SDG 2 of Agenda 2030 in favor of actions of commons for family farming. Narrative literature review on family farming, commons, cooperatives and Agenda 2030 was made. The results identified similarities between the principles of cooperative and the principles of successful self-governance of the commons. Also, they highlighted the importance of cooperatives for family farming as a commons, and the two goals of the SDG 2 can be the north for this. However, there are risks of cooperatives becoming anticommons (non-collective, less inclusive and non-democratic decision), due to need to follow market guidelines. Finally, the study shows the need to invest in empirical research on the relationship between family farming, commons, cooperatives and SDG2 to find out how much (and under what conditions) cooperatives manage to remain inclusive (poorer and marginalized farmers) and contribute to sustainable agriculture.