Resumo

A cadeia produtiva de alimentos mostra-se como uma das vocações do Brasil e o Estado do Pará apresenta algumas potencialidades como o cacau. Entretanto, esta cadeia produtiva ainda está assentada em uma base primária exportadora, onde as amêndoas secas constituem o objeto de exploração econômica, com baixo ou nenhum valor agregado.

Logo, quais os gargalos existentes à inovação e sustentabilidade na cadeia produtiva do cacau no Estado do Pará? Para endereçar esta questão de pesquisa objetiva-se analisar a cadeia produtiva do cacau no Estado paraense pela perspectiva da inovação orientada à sustentabilidade, identificando seus gargalos e barreiras. Para tanto, realizou-se um levantamento em dados secundários e o mapeamento da cadeia produtiva do cacau, identificando seus impedimentos à luz da logística, inovação e sustentabilidade.

A cadeia de suprimentos trabalha de forma integrada, o gerenciamento sustentável da mesma objetiva transcender o fator econômico, agrega também o ambiental. O mapeamento de processos auxilia na visualização detalhada da cadeia. A ecoinovação consiste em inovar um ciclo de vida das atividades de um processo, buscando o nivelamento entre impacto ambiental e vantagens competitivas para uma empresa. Atualmente não existem agroindústrias no território paraense para o processamento do produto final do cacau, constituindo-se como o grande “gargalo” detectado na cadeia.

É uma pesquisa exploratória, visa aprofundar o entendimento quanto ao assunto em questão; aplicada, dado que a aquisição de conhecimento é direcionada a possíveis aplicações futuras; qualitativa; pesquisa bibliográfica e documental, pois considerou-se materiais oriundos de fontes secundárias com e sem tratamento analíticos. A cadeia produtiva de cacau no Estado do Pará foi dividida em três perspectivas: A base técnica da cadeia; o cenário da inovação e sustentabilidade no setor; e, finalizando, o panorama da atualização da cadeia.

Os principais achados apontam que os gargalos relacionados à logística são a precariedade de transportes, ausência de instalações agroindustriais, e baixo fluxo de informações referente à agroindustrialização. Para os gargalos em ecoinovação, ressalta-se que ainda não há um aproveitamento eficiente dos subprodutos da cadeia, potenciais sustentáveis desperdiçados e baixos investimentos empresariais em inovação.

Como propostas, destaca-se o estímulo à criação de pequenas indústrias coletivas e as possibilidades de financiamento público à inovação, desde que haja correspondentes (de) investimentos empresariais.

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