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Título do Artigo

SUSTENTABILIDADE E DESEMPENHO SOCIAL: ANÁLISE DAS EMPRESAS DO ÍNDICE DE SUSTENTABILIDADE EMPRESARIAL (ISE) E SUAS PARES
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Palavras Chave

sustentabilidade
desempenho social
indicadores sociais

Área

Engema

Tema

Comunicação, Indicadores e Modelos de Mensuração da Sustentabilidade

Autores

Nome
1 - Kenny Félix Nadayoshi
Universidade Federal de São Carlos - São Carlos
2 - Fabiane Letícia Lizarelli
-
3 - Ivete Delai
- Universidade Federal de Sao Carlos

Reumo

À medida que o mundo corporativo incorporou a sustentabilidade em seus negócios e tomadas de decisão, evidenciou-se o interesse em analisar a interação entre as práticas sustentáveis das organizações e seu desempenho econômico, social e ambiental. A despeito da existência maior de estudos sobre a relação da gestão sustentável com o desempenho econômico-financeiro das empresas, pesquisas com o foco nessa relação com o desempenho social são ainda escassas, sobretudo no cenário brasileiro.
Esta pesquisa se propôs a responder à seguinte pergunta: as empresas que integram a carteira do ISE têm desempenho social melhor que suas pares que não fazem parte desta carteira? O objetivo do artigo foi verificar se empresas participantes do ISE possuem maior cobertura de práticas sociais em seus relatórios de sustentabilidade que suas pares, tendo sido comparados os índices de cobertura dessas práticas de 37 empresas ISE com outras 37 Não-ISE.
Segundo Lokuwaduge e Heenetigala (2017), apesar do grande número de estruturas para relatórios não financeiros que abrangem aspectos do ESG, essas estruturas não fornecem medidas confiáveis que permitam a comparação entre empresas. Alshehhi et al. (2018) demonstrou que em 78% dos casos a hipótese de ligação positiva entre a gestão da sustentabilidade e o desempenho financeiro foi confirmada. Uma busca nas bases de dados nacionais Scielo e Spell relevou a inexistência de estudos sobre a relação entre a gestão da sustentabilidade e o desempenho social das organizações no contexto brasileiro.
Primeiramente, coletou-se os dados dos indicadores sociais (retirados de um modelo teórico) dos relatórios de sustentabilidade de 2016 de 37 empresas ISE e outras 37 Não-ISE similares. Em seguida, foi feita a análise comparativa dos índices de cobertura (IC) calculados de cada empresa em nível de subtema, tema e consolidado. Como os dados do IC não seguiam uma distribuição normal, foram aplicados o teste não-paramétrico de Wilcoxon-Mann-Whitney, teste de proporção e de Fischer, primeiro considerando todos os 37 pares de empresas, e depois somente os 16 pares de empresas com dados coletados.
Apenas 16 dos 37 pares de empresas tiveram alguma informação coletada. Os testes estatísticos aplicados para comparação do desempenho social entre todos os 37 pares de empresas ISE e Não-ISE por subtema mostra que as empresas ISE têm desempenho social superior às Não-ISE. No entanto, a sua aplicação apenas entre os 16 pares com dados aponta igualdade de desempenho social entre as duas categorias.
O artigo aponta para três conclusões: na comparação dos 37 pares de empresas ISE vs não-ISE, conclui-se que o primeiro apresenta relatórios de sustentabilidade com maior intensidade que o segundo; ao se comparar somente os 16 pares que apresentam dados sobre desempenho social, conclui-se que a integração à carteira ISE não está associada a um maior desempenho social, ou seja, as empresas ISE apresentam o mesmo índice de cobertura que suas pares; e inexiste um conjunto padrão de indicadores utilizados pelas empresas para mensurar / apresentar os seus resultados sociais.
ALSHEHHI, A.; HAITHAM, H.; NILESH, K. The Impact of Sustainability Practices on Corporate Financial Performance: Literature Trends and Future Research Potential. Sustainability, v. 10, p. 494-519, 2018. LOKUWADUGE, C. S. D. S.; HEENETIGALA, K. Integrating Environmental, Social and Governance (ESG) Disclosure for a Sustainable Development: An Australian Study. Business Strategy and the Environment, Wiley Blackwell, v. 26, n. 4, p. 438-450, 2017.