Resumo

A economia comportamental é um novo campo de estudo que está em ascensão. Sendo assim, compreende-se que seu surgimento foi a partir da associação da economia com estudos nas áreas da psicologia, neurociência e de outras ciências sociais (ÁVILA; BIANCHI, 2014). Portanto, Conforme Ávila (2015), os economistas ou cientistas comportamentais procuram compreender de maneira aprofundada como as influências comportamentais conscientes e inconscientes atuam quando os seres humanos realizam escolhas.

O presente estudo procura responder a seguinte questão: Qual o estado da arte das teses e dissertações sobre a economia comportamental das áreas de administração, administração pública, contabilidade e turismo? Tendo como objetivo geral investigar o estado da arte das teses e dissertações sobre economia comportamental das áreas de administração, administração pública, contabilidade e turismo. Especificamente, pretende-se identificar o perfil de produção, os modelos teóricos utilizados nos estudos, os procedimentos metodológicos adotados, os temas correlatos e verificar a evolução da produção.

A economia comportamental é uma ciência-ponte que interliga a psicologia às ciências econômicas (FRANCESCHINI; FERREIRA, 2012). Samson (2015) afirma que a economia comportamental pode ser compreendida como o estudo das influências cognitivas, emocionais e das relações sociais sobre o comportamento econômico dos indivíduos. A economia comportamental aduz que o ser humano é influenciado pelo meio em que vive, por suas emoções, e muitas vezes tomam decisões que são baseadas no momento de maneira automática (SAMSON, 2015).

Para tanto, foi realizada uma pesquisa bibliométrica, quantitativa quanto à abordagem do problema e descritiva quanto aos objetivos, compreendendo produções acerca do tema economia comportamental no período de 2011 a 2020, tais trabalhos foram pesquisados no Banco de Teses & Dissertações da CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Os procedimentos de análise dos dados seguiu-se o método de análise conteúdo. Segundo Bardin (2016), a análise de conteúdo está organizada em três etapas, quais sejam, pré-análise, exploração do material e interpretação.

Observa-se uma maior quantidade de dissertações oriundas do mestrado acadêmico, ou seja, 38, o que equivale a 49,4% do total dos trabalhos. As dissertações provenientes de mestrado profissional vêm logo depois, com 26%; seguidas das teses de doutorado com 24,7% do total. Quanto as teorias e conceitos, se destaca: heurística e vieses com 37,2%, seguido por teoria do prospecto/da perspetiva com 33,6% e racionalidade limitada 33,4%. Já em relação aos procedimentos metodológicos adotados, temos: Quantitativa com 41,6%; Qualitativa = 9,1%; Quantitativa e Qualitativa = 9,1% e 40,3% não informado.

Por fim, verificou-se a evolução da produção científica em relação a temática, na qual é possível verificar oscilações entre os anos de 2013 e 2020, tendo seu maior destaque no ano de 2017 e uma queda nos últimos anos, ou seja, de 2018 a 2020. Assim, trata-se de um tema ainda pouco explorado na academia. Os resultados obtidos permitem identificar as características das produções científicas, os conceitos e os temas correlatos mais abordados nos estudos da economia comportamental, demonstrando as principais tendências de teses e dissertações na área.

ÁVILA, F.; AVILA, M. Economia Comportamental, como e quando surgiu. 2014. Disponível em: . Acesso em: 21 mai. 2021. BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2016. FRANCESCHINI, Ana Carolina Trousdell; FERREIRA, Diogo Conque Seco. Economia comportamental: Uma introdução para analistas do comportamento. Interamerican Journal of Psychology, v. 46, n. 2, p. 317-325, 2012. SAMSON, Alain. A Economia Comportamental. In: ÁVILA, F.; BIANCHI, A. M. (Org.). Guia de Economia Comportamental e Experimental. 1. ed. São Paulo: 2015.