Resumo

Título do Artigo

ROMPENDO O TETO DE VIDRO: MULHERES NO CONSELHO COMO MECANISMO PARA UMA MAIOR TRANSPARÊNCIA AMBIENTAL
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Tema

Gestão de Pessoas e Sustentabilidade

Autores

Nome
1 - Alan Bandeira Pinheiro
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ - Programa de Pós-Graduação em Administração Responsável pela submissão
2 - Joina Ijuniclair Arruda Silva dos Santos
Universidade Federal de Pernambuco - ccsa
3 - Marconi Freitas da Costa
- Programa de Pós-Graduação em Gestão, Inovação e Consumo - PPGIC, Universidade Federal de Pernambuco
4 - WENDY BEATRIZ WITT HADDAD CARRARO
- Faculdade de Ciências Econômicas

Reumo

Segundo Lu e Herremans (2019), a dimensão ambiental (transparência ambiental) requer um envolvimento estratégico de longo prazo apoiado em um investimento financeiro substancial, o que leva a um risco maior em comparação com a dimensão social. Estudos recentes têm explorado o papel da diversidade de gênero na transparência ambiental. Entretanto, não está claro na literatura a relação entre mulheres no conselho e transparência ambiental, sendo necessário mais estudos que moldem a transparência ambiental das empresas (Amorelli & García-Sánchez, 2021).
Apesar da abordagem do teto de vidro ser bastante utilizada na psicologia para representar obstáculos na carreira profissional feminina, na área organizacional essa abordagem ainda não foi completamente utilizada. A revisão sistemática feita por Nguyen et al. (2020) mostrou que nenhum trabalho publicado em top journals apresenta essa abordagem para suportar a relação empírica entre diversidade de gênero e transparência ambiental. Essa pesquisa tenta ser pioneira ao examinar a influência da maior participação feminina no conselho de administração sobre a transparência ambiental das empresas.
A fundamentação teórica está pautada na metáfora do “Teto de vidro”, que é utilizada na psicologia para expressar os obstáculos invisíveis que as mulheres enfrentam no ambiente de trabalho. Para a construção da hipótese de pesquisa, foram utilizados trabalhos recentes que abordam a relação mulheres no conselho e questões ambientais. O estudo de Pucheta-Martínez et al. (2020), por exemplo, considera que uma maior diversidade de gênero, em principal o papel das mulheres no conselho, se destaca na promoção e práticas de responsabilidade social corporativa.
Para atingir o objetivo de pesquisa, o estudo analisou a transparência ambiental de 412 empresas do setor de energia, sediadas em 19 países, durante o período de quatro anos (2016 a 2019). Como variável dependente, esse estudo utilizou a transparência ambiental. Para a construção dessa variável, foram coletadas informações do pilar ambiental da responsabilidade social das empresas. A variável independente dessa pesquisa é a diversidade de gênero. Essa variável mede a porcentagem de mulheres no conselho de diretores das empresas. Os dados foram analisados mediante regressão de dados em painel.
Os dados revelam que a diversidade de gênero tem um efeito positivo na transparência ambiental das empresas de países desenvolvidos e no modelo total. Além disso, após a retirada das empresas americanas, os resultados permaneceram os mesmos, indicando que empresas com mais mulheres no conselho tendem a ter maior transparência ambiental. Empresas que têm um comitê de responsabilidade social tendem a ter maior transparência ambiental, tanto em países emergentes, quanto em países desenvolvidos. Esses achados apresentam importantes implicações acadêmicas, gerenciais e governamentais.
A pesquisa indica que se as empresas almejam ter maior transparência ambiental, elas devem incentivar a participação feminina nos conselhos, dando oportunidades iguais a elas de crescimento profissional, a fim de romper o teto de vidro. As organizações devem desconstruir a ideologia de que as mulheres são membros menos valiosos de seus conselhos, o que limita a contribuição delas para o sucesso e transparência organizacional. Sendo assim, reguladores podem incentivar a maior participação feminina nos conselhos através da implementação de lei de cotas.
Amorelli, M. F., & García-Sánchez, I. M. (2021). Trends in the dynamic evolution of board gender diversity and corporate social responsibility. Corporate Social Responsibility and Environmental Management, 28(2), 537–554. Pucheta-Martínez, M. C., Olcina-Sempere, G., & López-Zamora, B. (2020). Female directorship on boards and corporate sustainability policies: Their effect on sustainable development. Sustainable Development, 28(1), 56–72.