Resumo

Título do Artigo

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: AÇÕES PRÁTICAS DE EMPRESAS DE CACOAL E VILHENA, RONDÔNIA
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Tema

Estudos da Amazônia

Autores

Nome
1 - Elienai Castro da Silva dos Santos
Fundação Universidade Federal de Rondônia - UNIR - Vilhena
2 - Daiane Martins Rocha
Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC - Centro de Filosofia e Ciências Humanas
3 - José Kennedy Lopes Silva
- PPGA/UFLA Responsável pela submissão

Reumo

Em busca de soluções ambientais que garantam a sobrevivência das futuras gerações, e, sobretudo, devido à preocupação com a exaustão dos recursos naturais, surgiu, em 1987, o relatório Nosso Futuro comum, elaborado pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pela ONU. Para a comissão, o desenvolvimento é sustentável na medida em que consegue satisfazer as necessidades atuais de modo a não comprometer a capacidade das gerações futuras de suprirem suas próprias necessidades, o que foi tornado ainda mais claro com a proposta do tripé da sustentabilidade, de Elkington.
Através de sua produção ou prestação de serviços, as organizações geram consequências no ambiente em que atuam. Com o foco em empresas do interior de Rondônia e tendo em vistas os impactos que essas organizações podem ter para o desenvolvimento sustentável de suas cidades e de toda a região Amazônica, a pesquisa tem como problema identificar que tipo de ações essas empresas realizam a fim de promover o desenvolvimento sustentável. Sendo assim, a pesquisa tem como objetivo analisar empresas do interior de Rondônia em relação às suas práticas para o desenvolvimento sustentável da região.
Este artigo se baseia, sobretudo, na proposta do tripé da sustentabilidade (ELKINGTON, 1997), que aborda as dimensões ambiental, social e econômica, sendo as mais difundidas entre os autores da área. A dimensão ambiental busca eliminar ou reduzir os efeitos negativos provocados pelo uso inadequado dos recursos naturais. O aspecto social é entendido como a responsabilidade social das organizações tanto em relação aos colaboradores quanto à comunidade na qual está inserida. Quanto à abordagem econômica do tripé de sustentabilidade, é a que traz visão do lucro propriamente dito.
A base empírica desta pesquisa foram organizações localizadas nos municípios de Cacoal e Vilhena, que de acordo com dados do IBGE (2022), são dois dos maiores municípios do Estado (5º e 4º em número de habitantes, respectivamente). A amostra foi definida a partir da aceitação dos gestores das organizações em participar da pesquisa, que utilizou método qualitativo e foi realizada a partir da aplicação de questionários, compostos por sete perguntas discursivas, enviadas via e-mail entre dezembro/2021 e janeiro/2022. Como técnica de análise dos questionários foi utilizada a Análise de Conteúdo.
Qualquer organização, como no caso de construtoras, redes de farmácias, postos de combustível, fazendas para produção de gado de corte, e outras que fazem parte do âmbito de atuação dos gestores que participaram da pesquisa, geram um grande impacto no ambiente em que atuam. Mesmo sabendo que o objetivo principal dessas organizações têm sido os ganhos financeiros, identificou-se a necessidade de adoção de estratégias no desenvolvimento de produtos e serviços que atendam às necessidades de seus clientes sem afetar as futuras gerações.
Os gestores mostraram desconhecer o tripé da sustentabilidade, que envolveria o social, econômico, ambiental, e isso reflete nas práticas de suas organizações. A maioria de suas ações consideradas sustentáveis, na verdade, abrangem apenas uma visão simplista do pilar econômico, que envolve diminuição de custos e o cumprimento da legislação a fim de evitar multas ou demais penalidades. Os gestores das organizações apontaram a necessidade de políticas públicas e incentivos fiscais. Porém, a pesquisa apontou a necessidade de conscientização acerca do que seja o desenvolvimento sustentável.
CMMAD. Nosso futuro comum. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1988. ELKINGTON, John. Cannibals with forks: the triple bottom line of 21st century business. Oxford: Capstone, 1997. INSTITUTO ETHOS. Indicadores Ethos para negócios sustentáveis e responsáveis. São Paulo: Instituto Ethos, 2013. LEFF, Enrique. Discursos Sustentáveis. 1. ed. São Paulo: Cortez, 2010. SACHS, Ignancy. Caminhos para o desenvolvimento sustentável. 2. Ed. São Paulo: Garamond, 2009. VEIGA, José Eli da; ZATZ, Lia. Desenvolvimento sustentável, que bicho é esse?. 1. ed. Campinas, SP: Autores Associados, 2008.