Resumo

Título do Artigo

DESAFIOS E PERSPECTIVAS DA ATIVIDADE EXTRATIVA DO PINHÃO: UM ESTUDO NA COMUNIDADE DE BARRO PRETO, ARVOREZINHA - RS, A PARTIR DAS DIMENSÕES DA SUSTENTABILIDADE
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Tema

Estratégia para a Sustentabilidade

Autores

Nome
1 - JEAN MARCOS DA SILVA
UFSM - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA - PPGA
2 - Thiago Paulo Both
Instituto Federal Sul-riograndense-Campus Venâncio Aires - Instituto Federal Sul-riograndense-Campus Venâncio Aires
3 - Jordana Marques Kneipp
- Universidade Federal de Santa Maria
4 - GREICE ECCEL PONTELLI
- Universidade Federal de Santa Maria - UFSM Responsável pela submissão

Reumo

As cadeias produtivas de produtos florestais não-madeiráveis – PFNMs são operadas no Brasil há séculos, desde a época de comercialização das chamadas Drogas do Sertão. Estas cadeias produtivas foram apontadas por Fausto (2006) como um dos aglomerados produtivos do Brasil Colônia, no século XVII e XVIII. As primeiras atividades econômicas do país basearam-se na exploração extrativa da madeira e drogas do sertão. Muitas destas atividades deixaram de existir ao longo dos anos, contudo, a coleta do pinhão como geração de renda ainda permanece.
Esta pesquisa busca responder à seguinte pergunta: quais os desafios e perspectivas da atividade extrativa do pinhão considerando o contexto da comunidade de Barro Preto, em Arvorezinha/RS, a partir das dimensões da sustentabilidade? O estudo tem o objetivo de identificar os desafios e perspectivas da atividade extrativa do pinhão considerando o contexto da comunidade de Barro Preto, em Arvorezinha, RS, a partir das dimensões da sustentabilidade.
Uma vez que a sustentabilidade busca desafiar o status quo propondo mudanças de paradigmas que respeitem a qualidade de vida das gerações atuais e futuras, os defensores de práticas sustentáveis são pró-mudança (CAIRNS, 1998). Assim, a proposta dos PFNMs como uma aliada à sustentabilidade parece tratar o aspecto social e o econômico em conjunto, distanciando-se de uma perspectiva bilateral, como dois lados da mesma moeda. Cairns (1998) argumenta que “[...] em vez de uma polarização ‘Eles’ versus ‘Nós’ da indústria e dos interessados em sustentabilidade, deve existir uma cooperação sinérgica’.
A presente pesquisa possui uma abordagem qualitativa. Com o propósito de compreender os desafios e perspectivas da atividade extrativa do pinhão a partir das dimensões da sustentabilidade, esta investigação situa-se no paradigma interpretativista. Para a coleta dos dados utilizou-se o conceito de Entrevista Conversacional para Contar Histórias - ECCOH e realizou-se contato com 3 extrativistas, bem como dados secundários. Foi utilizada a análise temática para interpretação dos dados.
No processo de mapeamento dos desafios e perspectivas da atividade extrativa do pinhão, os resultados mostram que inserir atores da base da cadeia produtiva do pinhão, de modo a induzi-los a contarem suas histórias, não é suficiente para construir uma narrativa que contemple todas as dimensões da sustentabilidade; em outras palavras, é possível que tais indivíduos foquem em histórias que denotem aspectos sociais, econômicos, territoriais e culturais em detrimento de aspectos políticos e ambientais.
Os dados permitem concluir que o tema é pouco abordado pelos participantes, ainda que seja um tema recorrente e apontado na literatura como eminentemente atrelado à atividade agroextrativa. Sugere-se uma contribuição teórica ao desvendar o conceito de que a atividade extrativa contribui à sustentabilidade. Fica provada a possibilidade de a narrativa ser construída a partir de atores relevantes dentro deste processo; e ainda assim dimensões como a ‘ambiental’ e ‘política’ parecerem pouco exploradas na discussão.
CAIRNS JR, John. What sustainability is not!. The International Journal of Sustainable Development & World Ecology, v. 5, n. 2, p. 77-81, 1998. doi:10.1080/13504509809469972 FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: EdUSP, 2006.