Resumo

Título do Artigo

GÊNERO NA PERSPECTIVA DO PÓS-DESENVOLVIMENTO NA AMÉRICA LATINA: uma revisão integrativa.
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Tema

Gestão de Pessoas e Sustentabilidade

Autores

Nome
1 - Kellen Cristina de Abreu
Universidade Federal de Lavras - Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas Responsável pela submissão
2 - Isabela Aparecida de Abreu
Universidade Federal de Lavras - UFLA/PPGA - Faculdade de Ciências Sociais
3 - José de Arimatéia Dias Valadão
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Reumo

Ao rebater a ideia eurocêntrica, a corrente do pós-desenvolvimento busca alternativas, dando origem a um amplo e heterogêneo movimento de crítica ao desenvolvimento. Essa perspectiva crítica abre espaço também para o debate com a teoria feminista e os diversos movimentos de mulheres afro-latino-americanos que têm discutido a importância de se levar em consideração a diversidade das mulheres latinoamericanas, não sendo estas apenas indivíduos passivos das políticas propostas pela perspectiva do desenvolvimento.
Como a questão de gênero tem sido tratada na literatura do pós-desenvolvimento na América Latina? Para responder esse questionamento é importante entender a convergência da discussão do pós-desenvolvimento com a temática de gênero situada na literatura que trata da América Latina. Por meio desta revisão integrativa, pretende-se contribuir com esse debate na perspectiva do entendimento sobre como a questão de gênero tem influenciado na teoria de pós-desenvolvimento nos estudos sobre a América Latina e nas tendências da discussão para o futuro.
A temática central dos artigos abordados nesta revisão é o pós-desenvolvimento em uma perspectiva pós-estruturalista. Na maioria dos trabalhos, a América Latina é objeto de estudo, estando de vez em quando ao lado de outros povos também chamados de “subdesenvolvidos”, como Ásia e África (ALVAREZ, 2014; ARIAS, 2007; ESCOBAR; ESTEVA, 2016 e outros). Vários trabalhos abordam questões relacionadas ao debate de gênero dentro da teoria do pós-desenvolvimento como um aspecto indispensável (ALVAREZ, 2014). E outros acabam sendo levados a discutir gênero ao longo de seus estudos.
Este estudo é uma revisão integrativa. As bases de busca foram Scielo, Redalyc, Scopus, Web of Science, Spell e Google Acadêmico. A busca foi feita em português, inglês e espanhol, com os termos: “pós-desenvolvimento”, “América-Latina” e “gênero”. Todas as buscas foram feitas por “tópico” (título, resumo e palavras-chave). Foram habilitados apenas artigos científicos, sem recorte temporal. No total esta revisão contou com 24 artigos. Depois de profunda análise de todos os artigos na íntegra, se iniciou o processo de síntese e problematização da literatura analisada.
O pós-desenvolvimento se coloca então como resposta às inquestionáveis críticas recebidas pelo desenvolvimento e suas propostas estrangeiras. A questão de gênero é crucial nesses artigos. Gênero é um aspecto importante na discussão do pós-desenvolvimento porque há a valorização do pluriverso em uma perspectiva transmoderna, onde as mulheres são protagonistas na luta contra as prerrogativas do desenvolvimento e as relações assimétricas entre América Latina e a visão eurocêntrica.
Este estudo pretendeu apresentar a discussão da literatura envolvendo pós-desenvolvimento no contexto latinoamericano e sua relação com as questões de gênero. Constatou-se que a temática de gênero é um aspecto importante no arcabouço das propostas do pós-desenvolvimento. Ou seja, só se é possível pensar em pós-desenvolvimento, pensando nas questões de gênero e reparando as desigualdades que marcam a sociedade.
ALVAREZ, Sônia E. Engajamentos ambivalentes, efeitos paradoxais: movimentos feminista e de mulheres na américa latina e/em/contra o desenvolvimento. Revista Feminismos. v. 2, n. 1, 2014. ARIAS, Hortensia Caballero. (Post)desarrollo, Antropología y Estado en Venezuela: La nueva lógica de la participación local. Espacio Abierto, Universidad del Zulia Maracaibo, Venezuela, v. 16, n. 1, 2007. ESCOBAR, Arturo; ESTEVA, Gustavo. Postdesarrollo a los 25: sobre ‘estar estancado’ y avanzar hacia adelante, hacia los lados, hacia atrás y de otras maneras. Polisemia, n. 22, 2016.