Resumo

Acredita-se que o foco da sustentabilidade e do desenvolvimento sustentável (DS) devem estar alinhados com os aspectos ambientais, sociais e econômicos. Tópicos como “gestão ambiental”, “gestão socioambiental”, “sustentabilidade empresarial” estão na pauta das organizações, mas ainda é necessário que elas percebam o peso real que estes temas representam (ALIGLERI; ALIGLERI; KRUGLIANSKAS, 2009), há muito o que evoluir, aclarar, avançar e regular.

Definiu-se como objetivo analisar as práticas de sustentabilidade realizadas pelo Banco do Brasil, empresa eleita como a mais sustentável do Brasil nos anos 2019, 2021 e 2022. O Banco do Brasil S.A. (BB) é uma sociedade anônima aberta, de direito privado, de economia mista e controlada pela União, sendo o primeiro Banco a operar no País e também a primeira empresa a realizar uma oferta pública de ações no mercado de capitais brasileiro (BANCO DO BRASIL, 2019).

O marco teórico conta com os autores sobre desenvolvimento sustentável (DS) como Feil e Schreiber, 2017); Dias (2011); Amaral, Stefano e Chiusoli, (2018); Alves (2019), entre outros. Tendo em vista a necessidade de reforçar o compromisso ambiental internacional, em 2015, a ONU lança a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, com 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), que visam configurar uma lista de tarefas a serem cumpridas até 2030 por todos os países. Estes objetivos contemplam as três dimensões do desenvolvimento sustentável: econômica, social e ambiental.

Como metodologia optou-se pela abordagem qualitativa e descritiva e estudo de caso. Na coleta de dados foi realizada uma análise documental com observação netnográfica não participante (técnica em que o pesquisador tem contato com a realidade a ser pesquisada, mas não interfere) e sistemática (com registro através de print de telas e download de arquivos) de Agosto a Outubro de 2019. Os dados foram interpretados de acordo com a análise de conteúdo

A pesquisa evidenciou que o Banco do Brasil possui uma atuação relevante nas três dimensões da sustentabilidade. Na dimensão social destacam-se os programas de aprendizagem direcionados ao adolescente e jovem, voluntariado e doações incentivadas. Na dimensão ambiental da sustentabilidade merece destaque o documento com as diretrizes de sustentabilidade BB para o crédito, modelo de negócios para o Reflorestamento de Áreas de Preservação Permanente (APP) e Reserva Legal (RL), além de programas de conservação de energia e de uso racional de água.

Apesar da existência de diversos estudos sobre a atuação do Banco do Brasil em prol da sustentabilidade, o ineditismo desta pesquisa decorre da evidenciação das ações institucionais nas três dimensões da sustentabilidade, de forma sistêmica e estruturada, facultando ao leitor identificar características de gestão institucional com foco na sustentabilidade. Desta forma, tanto a academia, como os gestores organizacionais e a sociedade, poderá compreender nuances da gestão estratégica socioambiental do Banco do Brasil.

AMARAL, L. A et al. Sustentabilidade Organizacional na Perspectiva do Triple BottomLine: O Caso Itaipu Binacional. Revista Eletrônica Científica do CRA-PR-RECC, v. 5, n. 1, 64-80, 2018. ALIGLERI, L et al. Gestão socioambiental: responsabilidade e sustentabilidade do negócio. [S.l: s.n.], 2009 ALVES, R. R. Sustentabilidade empresarial e mercado verde. Editora Vozes Limitada, 2019. FEIL, A. A; SCHREIBER, D. Sustentabilidade e desenvolvimento sustentável: desvendando as sobreposições e alcances de seus significados. Cadernos Ebape. BR, v. 15, n. 3, 667-681, 2017.