Resumo

Título do Artigo

ENVIRONMENTAL, SOCIAL AND GOVERNANCE (ESG) E A ESTRUTURA DE CAPITAL DAS EMPRESAS LISTADAS NA B3
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Tema

Finanças Sustentáveis

Autores

Nome
1 - Maria Rickaely de Andrade Silva
Universidade Federal Rural de Pernambuco - Unidade Acadêmica de Serra Talhada - Unidade Acadêmica de Serra Talhada - UAST
2 - Tricia Thaíse e Silva Pontes
Universidade Federal Rural de Pernambuco - Unidade Acadêmica de Serra Talhada - Unidade Acadêmica de Serra Talhada Responsável pela submissão

Reumo

As relações identificadas entre a estrutura de capital e práticas ESG, de forma conjunta, e as práticas sociais, isoladamente, indicam que as empresas com boas práticas ESG podem estar se beneficiando dos incentivos de crédito e dessa forma aumentando seu endividamento. Esses resultados são úteis para comunicar às empresas e ao mercado como a adoção de práticas sustentáveis podem ser benéficas para as organizações, sobretudo em períodos de crise econômica, fundamentado pelas teorias do Trade-off e Pecking Order.
Tendo em vista a necessidade de maior investigação sobre a relação ESG e a estrutura de capital em países emergentes, conforme apontado na literatura internacional, este estudo tem como objetivo investigar as relações existentes entre os indicadores ESG (Environmental, Social and Governance) e os indicadores da estrutura de capital para as empresas listadas na B3 (Brasil, Bolsa, Balcão).
De acordo com a literatura recente, o envolvimento com práticas socialmente responsáveis impacta no acesso ao financiamento pelas empresas (CAMPOS-RASERA; PASSOS; COLAUTO, 2021). A regulamentação do mercado de financiamentos voltado para práticas socioambientais proporciona taxas de juros mais baixas para as empresas aderentes, e uma economia mais sustentável (MAY, 2018). Além disso, a pressão dos stakeholders pela divulgação voluntária de relatórios ambientais aumenta as chances da empresa adquirir financiamento externo a um custo mais barato (HUSSAIN et al., 2020).
A amostra é composta por todas as empresas não financeiras listadas na B3 (Brasil, Bolsa, Balcão) com informações disponíveis no período de 2016 a 2021, totalizando 70 empresas e um painel balanceado composto por 420 observações. O período de análise iniciou em 2016 para não reduzir ainda mais o tamanho da amostra, já que a CSRHub Consensus ESG Ratings classificava um número menor de empresas para anos anteriores. Foram estimados quatro modelos econométricos por meio de regressões com dados em painel, com variáveis classificadas em: ESG, estrutura de capital e controle.
Os resultados evidenciaram que as práticas sociais e as práticas ESG, medidas pelo indicador ESG geral, impactam positivamente a estrutura de capital. Indicando que práticas sociais e de ESG proporcionam acesso a fontes de financiamento mais baratas por meio do capital de terceiros. As variáveis de controle trouxeram tanto resultados para a teoria do Trade-off quanto para a Pecking Order, sobretudo com a primeira. Destaca-se ainda que, os anos de pandemia da covid-19 (2020 e 2021) impactaram no aumento do endividamento das empresas.
As relações identificadas entre a estrutura de capital e práticas ESG, de forma conjunta, e as práticas sociais, isoladamente, indicam que as empresas com boas práticas ESG podem estar se beneficiando dos incentivos de crédito e dessa forma aumentando seu endividamento. Esses resultados são úteis para comunicar às empresas e ao mercado como a adoção de práticas sustentáveis podem ser benéficas para as organizações, sobretudo em períodos de crise econômica, fundamentado pelas teorias do Trade-off e Pecking Order.
CAMPOS-RASERA, P. P; PASSOS, G. A; COLAUTO, R. D. Does capital structure influence the performance of corporate social responsibility? An analysis in companies of the world's largest economies. Revista de Contabilidade e Organizações, v. 15, e174007, 2021. CANTINO, V; DEVALLE, A; FIANDRINO, S. ESG Sustainability and financial capital structure: where they stand nowadays. International Journal of Business and Social Science, v 8, n. 5, p. 116-126, maio 2017. HUSSAIN, et al. Environmental Reporting and Speed of Adjustment to Target Leverage: Evidence from a Dynamic Regime Switching Model.