Resumo

As inovações sustentáveis tem como escopo a conciliação da perspectiva econômica, social e ambiental, com impactos positivos para diversos stakeholders (Afeltra et al., 2021; Weidner et al., 2020). Todavia, nem sempre as inovações sustentáveis são de fácil implementação nas organizações, devido à existência de barreiras e obstáculos internos e externos, tais como, custos elevados, falta de conhecimento e falta de apoio à mudança (Chien et al., 2022; Massimo & Nora, 2022).

Diante disso, este trabalho tem como objetivo analisar os principais direcionadores e barreiras do poder de inovação sustentável de empresas brasileiras.Desse modo, foram identificadas barreiras e direcionadores em comum, presentes nas organizações estudadas, bem como, foi realizada a caraterização das atividades ambientais realizadas pelas empresas.

A inovação sustentável, verde, ecológica ou ambiental envolve processos de inovação capazes de contribuir com o desenvolvimento sustentável da geração atual, sem prejudicar o desenvolvimento das gerações vindouras (Afeltra et al., 2021). Além disso, a inovação verde prioriza tecnologias, produtos, processos e serviços que contribuem não só economicamente, mas também para o bem-estar social com respeito aos recursos naturais (Zhang et al., 2020).

Por meio de um estudo de natureza qualitativa, foi empregado estudo de caso. Neste estudo, a escolha de mais de um caso enriquece o conhecimento de compreender as peculiaridades contextuais e conduz na perspectiva à investigação do estudo por meio da comparação entre a veracidade das empresas analisadas. Os resultados foram obtidos em quatro empresas industriais do Brasil, denominadas, neste estudo, como empresas Diamante (aeroespacial), Ouro (químico), Prata (beneficiamento de carnes) e Bronze (saúde e educação).

A partir das evidências encontradas é possível constatar que as empresas Diamante, Ouro, Prata e Bronze possuem barreiras que impactam a busca do processo de inovação e essas variáveis apresentadas corroboram com a visão de Madrid-Guijarro et al. (2009) e D’Este et al. (2012), que ressaltam a importância das empresas em identificar as barreiras que afetam a capacidade das empresas de serem competitivas e inovadoras, propiciando know-how na formulação de estratégias e nas políticas governamentais na contribuição do crescimento econômico.

No que se refere à capacidade inovativa na dimensão que aborda os drives, foi possível identificar que as empresas analisadas buscam adaptar seus recursos e suas capacidades face as distintas oscilações do ambiente competitivo em busca de vantagem competitiva. É importante salientar que a inovação é vista pelas empresas como um elemento que impulsiona na busca de novas estratégias. Desse modo, foi possível confirmar o pressuposto norteador da etapa qualitativa de que a Gestão da Capacidade Inovativa e o Poder de Inovação Sustentável semelham-se em empresas brasileiras.

Adams, R., Jeanrenaud, S., Bessant, J., Denyer, D., & Overy, P. (2016). Sustainability-oriented Innovation: A Systematic Review. International Journal of Management Reviews, 18(2), 180–205. Afeltra, G., Alerasoul, S. A., & Strozzi, F. (2021). The evolution of sustainable innovation: from the past to the future. European Journal of Innovation Management. Alawamleh, M., Al, M., Loiy, H., & Ismail, B. (2022). Open innovation in the food industry?: trends and barriers — a case of the Jordanian food industry. Journal of Global Entrepreneurship Research.