Resumo

Título do Artigo

A utilização da inércia térmica para o conforto em edificações escolares do Brasil: uma revisão sistemática e bibliométrica da literatura
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Tema

Cidades Sustentáveis e Inteligentes

Autores

Nome
1 - Paula Scherer
- - - - - - - - - - - Responsável pela submissão
2 - Mariela Camargo
-

Reumo

No edifício escolar, tão presente nas cidades brasileiras, o uso de estratégias construtivas que proporcionam conforto ambiental viabiliza a melhor adaptação dos estudantes e professores ao ambiente construído. Para a introdução de sistemas construtivos eficientes, é fundamental que haja intervenções no exercício do projeto de arquitetura e urbanismo. Esse processo é fomentado pela pesquisa através de instituições de ensino superior. Nesse sentido, a inércia térmica é uma das estratégias de desempenho térmico mais indicadas ao Brasil, sendo orientada para 6 zonas bioclimáticas brasileiras.
A questão levantada pela pesquisa foi: Qual a perspectiva nacional de trabalhos de pós-graduação que abordam a importância da inércia térmica para o conforto térmico em escolas? Nesse âmbito, o objetivo do trabalho correspondeu à mensuração e mapeamento do panorama brasileiro de pesquisas de pós-graduação que mostram o papel da inércia térmica para o conforto térmico em escolas.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 2005) define o conforto térmico como a satisfação psicológica e física dos usuários em relação às condições térmicas do ambiente (ABNT, 2005). Nesse contexto, a inércia térmica é uma estratégia bioclimática que corresponde à capacidade de um edifício de acumular e transferir calor (BRITO, 2015). Portanto, ela viabiliza a manutenção de um ambiente satisfatório: através da alta inércia térmica é assegura-se menor amplitude térmica no interior dos ambientes, favorecendo o conforto térmico (FERREIRA, 2016).
Através da metodologia de natureza quantitativa, houve o levantamento e análise de trabalhos de pós-graduação que abordam a importância da inércia térmica em escolas. Acerca dos procedimentos técnicos, a pesquisa é classificada como revisão sistemática e bibliométrica. As bases de dados utilizadas foram selecionadas através do Portal de Periódicos CAPES, onde foi adotada a área de concentração de Ciências Sociais Aplicadas e Subárea de Arquitetura e Urbanismo. As informações das teses e dissertações foram organizadas e apresentadas por meio de tabelas e gráficos.
Sendo 26 trabalhos aderentes levantados, foi verificado que a maioria se concentrou a partir do ano de 2006, quantificando 80,77%. Quanto ao local das pesquisas, o Rio Grande do Sul se destacou, com 7 trabalhos levantados. A área de concentração mais presente nas pesquisas foi relacionada à tecnologia da arquitetura, sendo identificada em 7 trabalhos. Acerca da caracterização das dissertações e teses aderentes à revisão sistemática e bibliométrica, a maioria dos trabalhos possuiu seu foco na avaliação do conforto ambiental (com destaque para o conforto térmico) de edificações construídas.
Os resultados, através de 26 trabalhos aderentes, mostraram que a inércia térmica em escolas ainda é pouco explorada nas pesquisas de pós-graduação do Brasil. A maioria dos trabalhos aderentes foi desenvolvida na região sul e sudeste do país, o que possivelmente foi motivado pelo fato dessas regiões serem bastante favorecidas pela estratégia de inércia térmica no período frio. Outrossim, a caracterização das teses e dissertações também mostrou que a maioria dos procedimentos metodológicos engloba técnicas realizadas in loco, como medições e aplicação de questionários.
ABNT. NBR 15220-1: Desempenho térmico de edificações Parte 1. Rio de Janeiro, 2005. BRITO, A. C. Contribuição da inércia térmica na eficiência energética de edifícios de escritórios na cidade de São Paulo. 241 f. Tese (Doutorado em Engenharia Mecânica) - Universidade de São Paulo, São Paulo, 2015. FERREIRA, C. C. Análise de sensibilidade por meio de experimento fatorial de parâmetros de desempenho térmico de envoltórias de edificações residenciais: contribuição à revisão das normas brasileiras. 436 f. Tese (Doutorado em Engenharia Civil) - Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, 2016.