Resumo

Diferentes métricas e formas de avaliação/mensuração da produtividade verde podem ser encontradas na literatura , porém os modelos apresentam limitações para garantir a robustez nos resultados apresentados, principalmente porque, os setores organizacionais apresentam peculiaridades inerentes as suas operações e estas necessitam ser incorporadas aos diferentes modelos. Maciel e Freitas (2019) destacam que além do processo produtivo, inúmeras outras atividades podem causar impactos ambientais e geração de resíduos, reforçando assim a necessidade de mensurar a produtividade verde em organizações.

O objetivo desta pesquisa consistiu em identificar as métricas, índices e métodos de avaliação da produtividade verde a partir da revisão integrativa da literatura no período entre 1990 e abril de 2023. A pergunta de pesquisa foi definida em Como a produtividade verde tem sido medida, avaliada e mensurada nos estudos científicos?

Muitos modelos de mensuração da PV apresentam limitações para garantir a acurácia dos resultados apresentados, principalmente porque, os setores organizacionais apresentam peculiaridades inerentes a sua operação que necessitam ser incorporadas na aferição. Conforme destaca Fernandes (2016), apesar da ampla variedade de modelos de mensuração da produtividade convencional, tais modelos apresentam-se limitados, sendo necessário buscar novas formas de quantificar os aspectos econômicos e ambientais envolvidos no processo, como a produção dos subprodutos, poluição e resíduos a serem descartados.

A revisão integrativa consiste em identificar, analisar e sintetizar os resultados de estudos sobre um mesmo tema, através de seis etapas distintas: Identificação do tema e seleção da questão de pesquisa; Estabelecimento dos critérios de inclusão e exclusão; Identificação dos estudos pré-selecionados e selecionados; Categorização dos estudos selecionados; Análise e interpretação dos resultados e; Apresentação da revisão/síntese do conhecimento.

Os modelos de mensuração de produtividade verde, que surgem como variações e avanços dos modelos convencionais ainda se mantem na perspectiva do matemático e estatístico, o que dificulta a incorporação de aspectos subjetivos vinculados aos impactos sociais e ambientais. Quanto ao local de aplicação há um equilíbrio entre espaços geográficos e Indústrias. A China predomina como campo de estudos da PV. Em relação às diferentes métricas e formas de avaliação/mensuração da produtividade há uma predominância do uso dos índices de produtividade de Malmquist e/ou de Luenberger e suas variações.

A literatura sobre mensuração de PV apresenta métricas puramente matemáticas, que não permitem considerar os aspectos subjetivos, especialmente da dimensão social. Muitas vezes, os impactos sociais negativos só são percebidos no tempo futuro, e não no momento da medição em si. Os impactos ambientais podem não ser contemplados em sua totalidade pelo fato de que, o desgaste dos recursos pode acontecer a longo prazo, com seu uso contínuo, bem como o fator tempo nesta análise poderá trazer uma visão distorcida a respeito dos resultados de produtividade verde.

FERNANDES, L. J. M. Modelo de mensuração da produtividade verde: uma proposta para organizações da indústria de fabricação de calçados. 2016. 255f. Tese (Doutorado em Recursos Naturais) – Programa de Pós-Graduação em Recursos Naturais, Centro de Tecnologia e Recursos Naturais, Universidade Federal de Campina Grande, Paraíba, Brasil, 2016. Disponível em: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/967 MACIEL, D. S. C., & FREITAS, L. S. Measuring Green Productivity: a proposal measure. Gestão & Produção, v. 26, n. 1, 2019.