Resumo

Título do Artigo

NOVO MÉTODO PARA COMPREENDER TENDÊNCIAS NA TEMPERATURA DO AR: ESTUDO DE CASO PARA O SEMIÁRIDO BRASILEIRO
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Tema

Gestão Ambiental

Autores

Nome
1 - Louise Pereira da Silva
Universidade Federal da Paraíba - Centro de energias renováveis Responsável pela submissão
2 - Susane Eterna Leite Medeiros
Universidade Estadual de Feira de Santana - Departamento de tecnologia
3 - Paula Rose de Araujo Santos
Universidade Federal da Paraíba - UFPB
4 - Raphael Abrahão
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Reumo

No Brasil, a temperatura média do ar tem apresentado aumentos significativos em diversas regiões. É um país vulnerável às mudanças climáticas atuais e ainda mais às mudanças climáticas futuras, especialmente quando se trata de eventos extremos (MARENGO et al., 2011). O clima é uma das características mais importantes de regiões semiáridas, sendo responsável pelo sucesso ou fracasso das atividades agrícolas (MOURA; SOBRINHO; SILVA, 2019).
Os estudos relacionados ao clima da região semiárida do Brasil têm sido um grande desafio devido à ausência de séries completas e longas de dados climáticos. Este trabalho visa investigar possíveis alterações e mudanças na distribuição do parâmetro de temperatura média do ar, utilizando um novo método baseado na análise de cluster de modo complementar à já tradicional análise de tendências pelo método de Mann-Kendall.
De acordo com o sexto relatório do IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change), foram observados importantes aumentos na temperatura média anual do planeta (1850-2020) e a influência humana foi apontada como a principal causadora desse aquecimento (IPCC, 2021). Variações nas anomalias de temperatura ocorreram em todo o globo, destaque para uma área no norte da Eurásia onde a temperatura esteve mais de 5 °C acima da média (1981-2010) (WORLD METEOROLOGICAL ORGANIZATION, 2021).
O seminário brasileiro abrange boa parte da região Nordeste do Brasil, além do norte de Minas Gerais. Os dados históricos de temperatura média do ar mensal foram solicitados ao Banco de Dados Meteorológicos (BDMT) do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), desde o início da instalação das estações meteorológicas até o final do ano de 2020. A análise de cluster foi aplicada para avaliar o comportamento da temperatura média do ar ao longo dos anos. Além disso, o teste não-paramétrico de Mann-Kendall (MK), quantificado pelo declive de Sen.
Para cada estação, três ou dois grupos foram formados para analisar, identificar e comparar as mudanças de padrão. Para as estações do norte do semiárido, Quixeramobim-CE e Cruzeta-RN, o Grupo 1 representou a concentração dos anos iniciais das séries (ano mediano 1973 e 1976, respetivamente) e apresentou o menor valor anual de temperatura média do ar. Na comparação anual, 36 estações apresentaram tendências significativas de aumento na temperatura média do ar. Isso representa um aumento anual em média de 0,05 °C/ano na temperatura média do ar do semiárido.
Com o novo método baseado na análise de cluster, para cada estação meteorológica foram obtidos clusters de anos em que a distribuição sazonal de temperatura do ar era semelhante entre si. Desta forma, o comportamento da temperatura do ar pôde ser avaliado de forma mais específica. Na maioria das localidades na avaliação anual, trimestral e mensal o cluster com os anos mais recentes apresentou aumento da temperatura média do ar. Com o desenvolvimento do trabalho ficou clara a importância de aplicar os dois métodos em conjunto.
ASADI ZARCH, M. A.; SIVAKUMAR, B.; SHARMA, A. Assessment of global aridity change. Journal of Hydrology, v. 520, p. 300–313, 2015. BABIKER, M. et al. Strengthening and implementing the global response. Global Warming of 1.5 C an IPCC special report, 2018. BRASIL, M. DA I. NACIONAL. Ministério da Integração Nacional. Resolução No 115, de 23 de Novembro de 2017., v. 73, p. 32–34, 2017.