Resumo

Título do Artigo

INTANGIBILIDADE E DISCLOSURE DE RISCOS DAS EMPRESAS MAIS INOVADORAS BRASILEIRAS
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Tema

Governança e Sustentabilidade em Organizações

Autores

Nome
1 - Yasmin de Lima Soares
Universidade Federal do Ceará - UFC - Faculdade de Economia, Administração, Atuária, Contabilidade e Secretariado Executivo - FEAAC
2 - Antonio Rodrigues Albuquerque Filho
Universidade Estácio de Sá - Centro Universitário Estácio do Ceará
3 - Alessandra Carvalho de Vasconcelos
- Universidade Federal do Ceará Responsável pela submissão
4 - Editinete André da Rocha Garcia
Universidade Federal do Ceará - UFC - Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade
5 - Marilene Feitosa Soares
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Reumo

Apesar da intangibilidade elevar o potencial de ganho, aumenta as incertezas do negócio (Gharbi; Sahut; Teulon, 2014) e, consequentemente, o risco. Tais riscos derivam de traços inerentes a este tipo de ativo, como a incerteza tecnológica e de mercado (Czarnitzki; Toole, 2011), bem como de problemas de apropriação devidos às externalidades (Arrow, 1968). Por conseguinte, espera-se que empresas que possuem um maior nível de intangibilidade utilizem o disclosure de risco como forma de mitigar os efeitos das incertezas relacionadas aos ativos intangíveis.
A pesquisa infere que os ativos intangíveis podem refletir maior incerteza aos negócios, conduzindo à qualidade do disclosure de risco da empresa. Nesta perspectiva, o estudo se propõe a responder o seguinte questionamento: Qual a influência da intangibilidade no disclosure de risco nas empresas brasileiras mais inovadoras? Desse modo, este trabalho tem por objetivo geral analisar a influência da intangibilidade no disclosure de risco nas empresas brasileiras mais inovadoras com ações listadas na B3.
Apesar dos benefícios atribuídos aos intangíveis, estes apresentam um componente de risco para as organizações. Tais riscos derivam de aspectos inerentes a este tipo de ativo, como a incerteza tecnológica e de mercado (Czarnitzki; Toole, 2011), bem como problemas de apropriação devidos às externalidades (Arrow, 1968). Logo, tendo em vista a sua relevância nas organizações e sua relação com aspectos determinantes para o desempenho corporativo estuda-se o disclosure de risco nos relatórios financeiros e a sua relação com os intangíveis.
A amostra da pesquisa é composta por dados do período de 2015 a 2020, de 60 companhias abertas participantes do ranking do Prêmio Valor Inovação Brasil. As hipóteses foram testadas a partir da análise dos dados gerados pelo modelo gerado regressão linear múltipla com dados em painel. Para tanto, considerou-se a representatividade e estrutura do ativo intangível evidenciado pelas companhias nas demonstrações contábeis. O disclosure de risco foi avaliado a partir das evidenciações realizadas pelas empresas no formulário de referência, seção 4 – Fatores de risco.
Os resultados das regressões indicam que a intangibilidade (representatividade) e a intangibilidade (estrutura - ativos de relacionamento) influenciam positivamente o disclosure de risco geral. Dessa maneira, pode-se aceitar as hipóteses do estudo que afirmam que a representatividade e a estrutura dos ativos intangíveis influenciam o disclosure de risco. Tal resultado pode explicado pela percepção do valor estratégico desses ativos, a complexidade associada a eles, a pressão regulatória, a estratégia de gestão de riscos e a busca pelo fortalecimento das relações com stakeholders.
O estudo contribui para o campo da contabilidade e gestão no contexto empresarial brasileiro, ao apresentar o efeito da divulgação de ativos intangíveis e dos riscos associados. Oferece insights para orientar empresas e profissionais de contabilidade na tomada de decisões e na melhoria das práticas de divulgação, contribuindo para redução da assimetria informacional. O estudo da relação da intangibilidade e disclosure de risco apresenta um potencial para futuras pesquisas, visando aprofundar a compreensão sobre o comportamento dessas variáveis.
ARROW, K. J. A economia do risco moral: comentários adicionais. The American Economic Review, v. 58, 537-539, 1968. CZARNITZKI, D.; TOOLE, A. Proteção de patentes, incerteza de mercado e investimento em P&D. A Revista de Economia e Estatística, v. 93, 147-159, 2011. FERLA, R.et al. Influência dos ativos intangíveis no desempenho econômico de empresas Latino-Americanas. Revista Brasileira de Finanças, v. 17, 35-50, 2019. GHARBI, S.; SAHUT, J. M.; TEULON, F. R&D investments and high-tech firms’ stock return volatility. Technological Forecasting and Social Change, v. 88, 306-312, 2014.