Resumo

Galli, Brunori, Di lavoco e Innocenti (2014) acreditam que a administração pública sozinha não é capaz de atender todas as necessidades sociais e a coprodução se apresenta como apoiadora. No tocante a coprodução na educação, os autores supracitados constataram em seu estudo que a inserção dos pais na atividade, reduziu custos para gestão pública através da coprodução da merenda escolar. Alexandrino (2017), pontua que a ação de educar e a coprodução são dissociáveis.

Analisar os efeitos da coprodução na educação permite uma melhor compreensão sobre a prática, de forma a justificar seu uso a partir dos impactos gerados, tanto dos efeitos que beneficiam os atores, como os que precisam ser evitadas. Segundo Honingh, Bondarouk e Brandsen (2020), o campo da educação ainda é desconhecido nos estudos sobre coprodução e precisam de pesquisas futuras e novas revisões sistemáticas que pudessem enriquecer a temática. Dessa forma, tem-se como objetivo de pesquisa, propor um quadro teórico acerca dos efeitos da coprodução na educação.

Os autores destacam que não se trata de ouvir o que o usuário tem a declarar, mas o incluir no processo, onde pais, alunos, professores e gestores têm um papel participativo importante (Soares & Farias, 2018; Soklaridis et al., 2020; Honingh et al., 2020; Rubalcaba, 2022).

Metodologicamente, opta-se por uma pesquisa qualitativa, de caráter descritivo e exploratório. Realizou-se uma Revisão Sistemática da Literatura (RSL), com apoio do método de 3 etapas de Tranfield, Denyer e Smart (2003) e o Protocolo PRISMA 2020 (Page et al., 2021), seguida da formulação de um quadro teórico.

Ao desenvolver a análise notou-se que os efeitos se encontram no mesmo plano, onde os potenciais efeitos positivos encontrados representam pontos favoráveis para os fatores envolvidos, já os fatores limitantes, na verdade são potenciais fatores condicionantes à coprodução na educação, visto que na ausência de um dos indicadores, o efeito trona-se benefício para os agentes coprodutores.

Considera-se que propor um quadro teórico dos potenciais efeitos da coprodução na educação, foi um avanço para o estudo de coprodução, visto que existia um gap na literatura quanto a educação. Vale salientar que já tinha sido identificado outros trabalhos elencando benefícios da coprodução, como o de Bovaird e Loeffler (20213), porém, aplicados a outras áreas do serviço público sem destaque aos limites e desafios.

Adamsone-Fiskovica, A., & Grivins, M. (2022). Knowledge production and communication in on-farm demonstrations: putting farmer participatory research and extension into practice. Journal of Agricultural Education & Extension, 28 (4), 479-502. Recuperado de https://wwwtandfonline.ez292.periodicos.capes.gov.br/doi/full/10.1080/1389224X.2021.1953551. Doi: 10.1080/1389224X.2021.1953551 Ostrom, E. (1996). Crossing the great divide: Coproduction, synergy, and development. World Development Magazine, 24, 1073-1087.