Resumo

Título do Artigo

DIVERSIDADE DE GÊNERO E CUSTO DE CAPITAL: UMA ANÁLISE DAS COMPANHIAS BRASILEIRAS DE CAPITAL ABERTO
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Tema

Responsabilidade Social Corporativa

Autores

Nome
1 - Luiz Eduardo Gaio
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS - Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA) Responsável pela submissão
2 - Nelson Oliveira Stefanelli
FEA-RP/USP - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto da USP - FEA-RP/USP

Reumo

A participação das mulheres no mercado de trabalho tem ganhado destaque. Empresas reconhecem a importância da diversidade de gênero não apenas por razões sociais, mas também como uma estratégia de negócios. Estudos mostram que a diversidade de gênero impulsiona o desempenho empresarial, apoiado por várias teorias. Empresas inclusivas têm melhor desempenho financeiro, inovação, transparência e eficiência, além de menor risco e incidência de fraude. Para concretizar a diversidade de gênero, as organizações devem adotar políticas inclusivas e comprometer-se com a igualdade de oportunidades.
Considerando esse debate da diversidade de gênero nas organizações, a pesquisa busca responder a seguinte questão: Um aumento na participação das mulheres na gestão corporativa tem impactos positivos no desempenho das empresas no Brasil, particularmente na redução do custo de capital? O objetivo principal deste estudo é investigar a conexão entre a diversidade de gênero, avaliada pelo envolvimento das mulheres nos Conselhos de Administração das empresas, e o custo de capital dessas organizações.
A literatura fornece evidências sobre a complexa relação entre a diversidade de gênero e o desempenho da empresa. Os resultados sugerem que a diversidade de gênero pode ter efeitos positivos e negativos no desempenho, dependendo do contexto e do nível de representação. Os estudos também destacam a necessidade de mais pesquisas para investigar os mecanismos por trás dessas relações e considerar o impacto de outros fatores, como inovação e variáveis de governança. Além de analisar em outras variáveis de desempenho, como risco, custo do capital, gerenciamento do resultado entre outros.
Para a análise dos dados, utilizamos informações anuais de empresas brasileiras no período 2010 a 2022. A investigação foi conduzida por meio do método de regressão linear (e não linear) múltipla (GMM-Sys) utilizando como variável dependente o custo de capital (Fama French 3 fatores), independente a diversidade de gênero no Conselho de Administração, incluindo quantidade de mulheres, percentual de mulheres e medidas de diversidade de Blau e Shannon, e diversas variáveis de controle.
Os resultados sugerem que a presença de mais mulheres em cargos de liderança e tomada de decisões está relacionada a um menor custo de capital próprio. Isso pode ser interpretado como um indicativo de que a diversidade de gênero no conselho pode ser vista positivamente pelos investidores e pelo mercado, reduzindo o risco percebido e, consequentemente, o custo de financiamento das empresas. De acordo com a teoria do sinal de Connelly et al. (2011), quando a empresa divulga a presença de mulheres no Conselho ela sinaliza ao mercado seu compromisso com a diversidade.
Os resultados respaldaram a hipótese de que a diversidade melhora o desempenho financeiro, especialmente a redução dos custos de capital, alinhando-se com teorias da agência e dos stakeholders. Isso tem implicações práticas ao destacar os benefícios financeiros da diversidade nas empresas e pode informar políticas públicas para promover a participação feminina em cargos de liderança, como cotas. Além disso, a pesquisa expande o foco para a América Latina e sugere futuros estudos explorando outras variáveis de custo de capital e análises setoriais ou por níveis de diversidade.
CONNELLY, B. L., CERTO, S. T., IRELAND, R. D., & REUTZEL, C. R. Signaling Theory: A Review and Assessment. Journal of Management, v. 37, n. 1, p. 39–67, 2011. https://doi.org/10.1177/0149206310388419