Resumo

Título do Artigo

EFEITO DA DESIGUALDADE DE GÊNEROS NA RELAÇÃO ENTRE A FORÇA DE TRABALHO E A INOVAÇÃO
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Tema

Inovação para a Sustentabilidade

Autores

Nome
1 - Vânia cristina ferreira
Universidade de Blumenau - FURB - PPGAD/ Administração Responsável pela submissão
2 - Luciano Castro de Carvalho
Universidade de Blumenau - FURB - Centro de Ciências Sociais Aplicadas

Reumo

A força de trabalho feminina é relevante no desempenho econômico e progresso social das organizações (Alves & Steiner, 2017; Mihaela, 2017). A inclusão das mulheres contribui para a diversidade de ideias, promovendo o compartilhamento de conhecimento e práticas inovadoras (Arun et al., 2019). No entanto, apesar dos esforços para promover a igualdade de gênero e o empoderamento feminino alinhados com a agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável (Perrin, 2022), ainda existe desigualdade de gênero na sociedade (Chau & Quire, 2018), com sub-representação no mercado (Tubman et al., 2021).
A literatura anterior sobre gênero e inovação nos leva a questionar de que maneira ocorre a relação entre a participação da força de trabalho feminina e a inovação em diferentes níveis de desigualdade de gênero? A partir desta questão e estudos anteriores, este estudo tem como objetivo avaliar o efeito moderador multinível da desigualdade de gêneros na relação entre a força de trabalho feminina e a inovação em diferentes países.
O estudo se apoia na Teoria de Gêneros ou Feminista que considera que as experiências femininas devem ser exploradas além da questão conceitual nos estudos organizacionais (Alvesson & Deetz, 1998). Uma perspectiva de gênero lida com a forma como homens e mulheres são construídos como indivíduos num âmbito social, considerando suas atitudes e questões profissionais e pessoais, como são apoiados e discriminados e também inclui uma abordagem mais ampla sobre as organizações, sobre como o comportamento masculino ou feminino pode influenciar no desempenho da gestão (Dantas & Gomes Filho, 2019).
Foi realizada uma pesquisa descritiva a partir de dados secundários de 120 países. Os dados de 2021 de Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), totalizando 38% de países classificados com IDH muito alto, 24% com IDH alto, 23% com IDH médio, e por fim, 18% da base é formada por países com IDH baixo. Foram relacionados com Índice Global de Inovação destes países, moderados pelos multiníveis de desigualdade de gênero. Para a análise dos dados foi utilizada a técnica de Modelagem de Equações Estruturais (MEE) com uso do software JASP 0.16.3.
Os resultados indicam influência positiva da FTF na Inovação. Hipótese H1 é aceita dentro do intervalo de 95% do confiança (p-value 0.005). Quanto aos testes de moderação dos multiníveis do IDG na relação entre FTF e IGI os resultados apontam que em países em que há níveis baixos de desigualdade de gêneros a relação é positiva, mas somente em níveis baixos de desigualdade. Portanto, a Hipótese H2 é aceita num intervalo de 95% do confiança (p-value 0,005), mas somente para níveis baixos de desigualdade de gênero.
Os resultados indicam que a força de trabalho feminina tem relação positiva na inovação e é potencializada pela adoção de práticas de menor desigualdade de gêneros. Neste contexto, a participação da mulher no mercado de trabalho é fundamental para garantir vantagem competitiva (Aggarwal, 2021). Afinal, não são as mulheres que carecem de capacidade de inovação, mas as práticas organizacionais que condicionam ou inibem a capacidade de inovação das mulheres (Agnete Alsos et al., 2013).
Beede, D., Julian, T., & Langdon, D. (2013). Women in stem: A gender gap to innovation. STEM (Science, Technology, Engineering, and Mathematics) Workforce Trends and Policy Considerations, 51–61. Griffin, D., Li, K., & Xu, T. (2021). Board gender diversity and corporate innovation: International evidence. Journal of Financial and Quantitative Analysis, 56(1), 123–154. Madison, K., Moore, C. B., Daspit, J. J., & Nabisaalu, J. K. (2022). The influence of women on SME innovation in emerging markets. Strategic Entrepreneurship Journal, 16(2), 281–313.