Resumo

Título do Artigo

DESEMPENHO ESG E A DIVULGAÇÃO DE RISCO NAS EMPRESAS BRASILEIRAS
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Tema

Governança e Sustentabilidade em Organizações

Autores

Nome
1 - Paulo Levi Oliveira Bezerra
Universidade Federal do Ceará - UFC - FEAAC
2 - Douglas da Silva Ferreira
- Universidade Federal do Ceará - UFC
3 - Alessandra Carvalho de Vasconcelos
- Universidade Federal do Ceará Responsável pela submissão

Reumo

Com o advento da globalização, os fatores ambientais, sociais e de governança, conhecidos na literatura mais recente como Environmental, Social and Governance (ESG), vêm ganhando mais importância nas decisões estratégicas e operacionais das empresas (Duque-Grisales & Aguilera-Caracuel, 2021; Martínez, Fernández & Fernández, 2016). Assim, à medida em que as empresas utilizam padrões mais elevados de práticas ESG, o desempenho ESG pode atuar como um mecanismo de segurança contra o risco (Sassen, Hinze & Hardeck, 2016).
Diante da temática levantada, o estudo tem como problema de pesquisa: Qual a relação entre o desempenho ESG e a divulgação de risco das empresas brasileiras? Para responder o questionamento, a pesquisa se propõe a analisar a relação entre o desempenho ESG e a divulgação de risco nas empresas brasileiras listadas na B3. Como objetivos específicos, busca-se (i) caracterizar o desempenho ESG e a divulgação de risco das empresas e (ii) verificar a associação entre o desempenho das dimensões ESG e a divulgação de risco nas empresas.
Diferentemente dos outros estudos sobre a divulgação de risco realizados no Brasil (Costa, Leal, & Ponte, 2017; Ermel, Freitas, & Assunção, 2014; Fernandes, Silva, & Santos, 2008; Haveroth et al., 2018; Klann, Kreuzberg, & Beck, 2014; Passos et al., 2017; Wrubel, Souza, & Cunha, 2015; Zonatto & Beuren, 2010), metodologicamente, esta pesquisa contempla um indicador de natureza qualitativa voltado para a transparência corporativa de informações de risco, operacionalizado por meio de índice de legibilidade – FLESCH (Caglio et al., 2020; El-Haj, Alves, Rayson, Walker, & Young, 2020).
A amostra inicial reuniu 80 empresas listadas na B3 que possuíam dados relativos ao desempenho ESG, de forma agregada ou individual dos fatores, de 2017 a 2021 na CSRHub®. Os dados para divulgação dos riscos serão obtidos a partir da seção 4 – Fatores de risco dos formulários de referência, com o objetivo de analisar a legibilidade dos textos narrativos, a exemplo da pesquisa de Silva e Fernandes (2009). Foram aplicadas técnicas de estatística descritiva, análise de associação, análise de correlação e regressão linear múltipla.
Os resultados obtidos relevaram que há relação positiva entre o desempenho ESG e a divulgação de risco nas empresas brasileiras, indicando que empresas com melhores práticas ambientais, sociais e de governança tendem a divulgar mais informações sobre risco no mercado. Além disso, o tamanho da empresa também desempenha um papel significativo na explicação da divulgação de risco. No entanto, o endividamento e o retorno sobre ativos não parecem ter influência significativa na divulgação de risco.
Observaram-se associações entre a divulgação do risco e o desempenho nas dimensões ESG a partir das proximidades evidenciadas. Constatou-se que as maiores empresas que são mais transparentes em termos de divulgação de risco, possuem o desempenho ESG superior. Os resultados trazem contribuições para as empresas, ao auxiliar os gestores na tomada de decisão frente a divulgação do risco e as práticas ESG, além de orientar os administradores quanto a importância da transparência corporativa nas dimensões ambientais, sociais e de governança para seus stakeholders.
Duque-Grisales, E., & Aguilera-Caracuel, J. (2021). Environmental, social and governance (ESG) scores and financial performance of multilatinas: Moderating effects of geographic international diversification and financial slack. Journal of Business Ethics, 168(2), 315-334. Sassen, R., Hinze, A. K., & Hardeck, I. (2016). Impact of ESG factors on firm risk in Europe. Journal of Business Economics, 86(8), 867-904. Silva, C. A. T., & Fernandes, J. L. T. (2009). Legibilidade dos fatos relevantes no Brasil. Revista de Administração Contemporânea - RAC-eletrônica, 3(1), 142-158.