Resumo

A utilização de fontes renováveis tem aumentado devido à pressão existente no desenvolvimento de processos de geração de energia, tendo como destaque o aproveitamento da energia solar (Sade et al., 2008). O Brasil é considerado uma potência para geração de energia solar possuindo cerca de 95% do seu território na região intertropical, no entanto os desafios são grandes, haja vista que o aproveitamento dos recursos naturais, muita das vezes torna-se inviável, devido aos custos dos equipamentos responsáveis pelo seu aproveitamento.

A presente pesquisa tem o objetivo de realizar um levantamento da produção científica brasileira relacionada à pós-graduação acerca dos estudos que focam do desenvolvimento, eficiência e melhorias nos coletores solares. A partir de uma análise bibliométrica com a aplicação do método quantitativo-descritivo, verifica-se o progresso de pesquisas com temáticas consideradas importantes nos campos científicos. Para a análise das teses e dissertações, foram utilizadas os trabalhos defendidos nos últimos 10 anos (2012-2022).

Existem dois tipos de coletores solares, concentrados e não-concentrados, sendo empregados dependendo da sua finalidade. Os coletores do tipo não-concentrados, destacam-se os coletores de placas planas (CPP), coletor de tubos evacuados ou tubos à vácuo (CTE) e, os concentrados são os chamados coletores de energia solar concentrada ou apenas, concentradores solares (CSP). A placa absorvedora ou superfície seletiva geralmente é utilizada em coletores do tipo CPP ou CSP, e, possui a função de transferir a energia térmica para o fluido que passa pela tubulação em cobre ou alumínio.

Na busca da identificação das teses e dissertações defendidas nos Programas de Pós-graduação, utilizou-se como termo de busca a palavra-chave “coletores solares”. Justifica-se o motivo de escolha do termo de busca, restringir trabalhos que tratem de outra forma de aproveitamento da energia solar, como por exemplo painéis fotovoltaicos. Dessa forma, a busca retornou um quantitativo de 166 trabalhos produzidos pelos programas de Pós-graduação desde 1987 registrado na plataforma. O primeiro refinamento dos dados para análise foi feito pelo recorte temporal dos últimos 10 anos (2012-2022).

Os resultados relatados apresentam uma produção considerável de estudos sobre coletores solares no Brasil nos últimos 10 anos, distribuídos pelas mais variadas áreas de conhecimento, mas apresentando uma maior abrangência na Grande Área das Engenharias, tendo uma média anual de 7 trabalhos defendidos. Das 30 instituições encontradas na pesquisa, 10 se destacaram por serem responsáveis por 69% das produções, sendo elas UFPB, UFMG, UNESP, UFRGS, UFC, UNA, USP, UNISINOS e UTFPR.

Com as breves reflexões e análises dos resultados, que certamente não esgotam as possibilidades de uma exploração mais aprofundada, verifica-se que a possibilidade de se medir a ciência, via comportamento da literatura, sendo também promissora na produção científica das teses e dissertações no Brasil em variados campos de conhecimento. Segundo Araújo e Alvarenga (2011), desde quando se começou a estudar e aplicar as leis bibliométricas, já se comentava que tais leis, incluindo seus enunciados tiveram contribuições de pesquisadores de campos diferenciados do conhecimento.

Araújo, R. F., & Alvarenga, L. (2011). A bibliometria na pesquisa científica da pós-graduação brasileira de 1987 a 2007. Encontros Bibli: revista eletrônica de biblioteconomia e ciência da informação, 16(31), 51-70.