Resumo

Este trabalho visa ressaltar as características e definições mais relevantes dentro do conceito das cidades inteligentes no sentido de identificar os aspectos que possam gerar valor para a comunidade incluindo o propósito da instalação de construções, sistemas e ferramentas que serão implementados na área de atuação da cidade. Fator importante é a confiança nas tecnologias de informação e comunicação (TICs) como a base da infraestrutura das cidades inteligentes, no intuito de coletar dados, monitorar e melhorar os serviços urbanos, como mobilidade, energia, inovações, etc.

Neste estudo o problema principal da pesquisa é descobrir se dentro do conceito de cidades inteligentes, a gestão governamental consegue criar modelos de governo eletrônico que facilitem e incentivem a participação do cidadão dentro de seus processos decisórios. O objetivo geral da tese é analisar se os projetos de cidades inteligentes em países em desenvolvimento possibilitem uma interação por meio dos sistemas de governo eletrônico, envolvendo a participação do cidadão dentro das iniciativas de cocriação.

Para caracterizar esse conceito aplicado nas cidades brasileiras, em 2019 foi proposta a CBCI - Carta Brasileira de Cidades Inteligentes, onde se busca consolidar um modelo de transformação digital das cidades, criando um compromisso com o desenvolvimento urbano de forma sustentável, atuando de maneira integrada, planejada, inovadora, com gestão colaborativa, inclusiva, criando novas oportunidades, oferecendo serviços de forma eficiente que possam melhorar a qualidade de vida da população de forma a tentar garantir um uso seguro e responsável dos dados e das TICs.

Essa pesquisa fundamenta-se em um estudo descritivo, de natureza exploratória, tendo como base referenciais teóricos sobre cidades inteligentes, e-government (governo eletrônico), estratégias de participação do cidadão (co-criação) e sobre políticas públicas que visam estimular iniciativas e perspectivas que possam promover projetos inovadores sobre cidades inteligentes. Ela se desdobra em duas etapas: a) revisão de literatura sobre os tópicos elencados e b) análise de conteúdo sobre as cidades e projetos a serem selecionados, identificando aqueles que possam servir de base para nosso pais.

Os gestores públicos deverão buscar um melhor atendimento às demandas do cidadão, dentro de um modelo de transformação digital, tentando implementar novos serviços para uma nova população, os quais poderão caracterizar uma vertente importante de novos projetos de inovações urbanas e alternativas sustentáveis inteligentes na criação de um ambiente mais flexível que possa atender a um novo plano de estratégias públicas que promovam uma melhoria na qualidade de vida do cidadão. O papel do cidadão se mostra primordial dentro da cocriação no sentido de motivar e envolver as lideranças comunitárias.

Na pesquisa sobre projetos de cidades inteligentes, percebeu-se que grande parte dos países ainda não está preparadas para construir projetos que possam incorporar aspectos relativos à implementação de sistemas de governo eletrônico com métodos de participação cidadã (cocriação). A implantação de modelos de cocriação podem conseguir gerir uma sinergia de fatores que possibilitem uma melhoria no acesso às transformações digitais governamentais e no incremento de soluções que gerem uma qualidade de vida aceitável para o cidadão.

BRASIL. Ministério da Economia. Estratégia de Governo Digital 2020-2022. Brasília, DF: Ministério da Economia, 2020. Disponível em: https://www.gov.br/governodigital/ pt-br/EGD2020. Acesso em: 21 mar. 2022. BRASIL, Secretaria de Mobilidade, Desenvolvimento Regional e Urbano. Carta Brasileira de Cidades Inteligentes. Plano Brasileiro de Cidades Inteligentes, 2019 RESEARCH AND MARKETS. Global Smart Cities Market. 2022. Disponível em www.researchandmarkets.com. Acesso em 10/02/2023 PRASAD, D; ALIZADEH, T. What Makes Indian Cities Smart? Telematics and Informatics. Elsevier. 2020