Resumo

Título do Artigo

TERRITÓRIO E VULNERABILIDADE: Metodologia para análise dos territórios amazônicos
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Tema

Estudos da Amazônia

Autores

Nome
1 - Marília Natacha de Freitas Silva
Fundação Universidade Federal de Rondônia - UNIR - ppga Responsável pela submissão
2 - Mariluce Paes de Souza
Universidade Federal de Rondônia - Programa de Pós-Graduação em Administração - PPGA

Reumo

Este artigo introduz uma abordagem inovadora para avaliar os territórios amazônicos em nível local, utilizando uma metodologia baseada em indicadores que opera em dois níveis complementares: primeiro, através da adoção e aplicação de um sistema de indicadores relevantes para os capitais e ativos sociais essenciais que sustentam o desenvolvimento humano (capitais físico, humano, social e ambiental); e segundo, através da formulação de um índice de vulnerabilidade socioespacial adaptado às territórios amazônicos.
O objetivo de criar uma ferramenta de estudo da vulnerabilidade com uma abordagem socioespacial. A proposta estabelece limites extrapoláveis que ajudam a identificar a presença (ou ausência) de instâncias específicas ou potenciais de vulnerabilidade social, permitindo sua classificação com base na heterogeneidade no acesso, ausência ou insuficiência de ativos sociais. Essa abordagem quantificável transforma a vulnerabilidade social em valores mensuráveis e os coloca em um contexto espacial preciso.
O principal objetivo da proposta é identificar as diversas situações de carência ou desvantagem que os lares ou famílias enfrentam, dependendo da presença, ausência ou insuficiência de certos recursos sociais. No entanto, apesar de o AVEOT ser uma ferramenta valiosa para analisar a situação social e espacial de territórios, uma das críticas e debates que surgem em relação a essa metodologia é a insuficiência de variáveis que considerassem a relação entre os aspectos sociais e ambientais.
A metodologia adotada para a coleta de dados primários foi cuidadosamente planejada e executada por meio de uma amostragem probabilística aleatória. O cálculo da amostra levou em consideração a área urbana da cidade, englobando 15 bairros e 32 setores censitários identificados. A base desse cálculo foi a quantidade total de 9.153 domicílios particulares e permanentes. Com o objetivo de alcançar resultados confiáveis, uma amostra foi selecionada de maneira a atingir um nível de confiança de 95% e uma margem de erro de 5%. Para isso, deveriam ser aplicados 369 questionários em GM.
Através da elaboração e aplicação do IVSe na cidade de Guajará-Mirim (RO), alcança-se uma compreensão detalhada da vulnerabilidade socioespacial nessas áreas, destacando a diversidade e heterogeneidade entre indivíduos e famílias devido às disparidades existentes no território, seja em termos de oportunidades ou ameaças, que afetam os lares. Seguindo a metodologia delineada anteriormente, foi possível classificar os domicílios de GM em cinco categorias ou grupos, de acordo com o nível de risco socioeconômico ou vulnerabilidade social.
A contribuição científica fundamental deste artigo reside no desenvolvimento de um processo metodológico e prático para identificar situações de vulnerabilidade socioespacial nos territórios a escala local, avançando em um campo onde não há um consenso universal para avaliar esses contextos. A inclusão da teoria do desenvolvimento humano e o enfoque na vulnerabilidade social nos estudos dos territórios vão além da mera identificação de impactos, permitindo uma análise dialética que leva em conta a diversidade/heterogeneidade entre indivíduos, famílias e grupos.
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