Resumo

Os resíduos eletrônicos representam uma problemática ao produzir mais de 53 milhões de toneladas no mundo, com uma taxa de reciclagem de, apenas, 17,4%. Os dados indicam que a reciclagem não está acompanhando o consumo global, decorrente dos REEE. O Brasil fica atrás da China, que é a maior produtora de resíduos eletrônicos do mundo, gerando, aproximadamente, 10,129 milhões de toneladas (Statista, 2019). Todavia, a China se comprometeu a reciclar e reutilizar os resíduos eletrônicos, além de taxa efetiva, atualmente, de 40% (Instituto das Nações Unidas para Formação e Pesquisa, 2020).

Em virtude da baixa porcentagem de reciclagem em relação à produção de eletrônicos, faz-se necessário um estudo acerca da gestão dos resíduos eletrônicos. Dentro deste contexto, a pesquisa se propõe a responder à seguinte problemática: Que tipo de estudos têm sido produzidos sobre os resíduos eletrônicos no Brasil e na China? Para tanto foi delineado como objetivo geral revisar bibliometricamente estudos sobre resíduos eletrônicos no Brasil e na China.

Os estudos teóricos foram segmentados em: resíduos eletrônicos na China e resíduos eletrônicos no Brasil. Em ambos países foi tratada a questão da evolução histórica dos resíduos eletrônicos, no que tange à legislação correlata e ao destino dos resíduos eletrônicos. Os autores que mais se destacaram na proposta da pesquisa foram: Chen et al. (2018), com a replicação da Política de Fundo, criada desde 2012, na China, e Ferreira, Silva e Galdino (2010), no tratamento do destino aos resíduos eletrônicos, no Brasil.

A pesquisa é bibliométrica, estudando publicações em artigos e relatórios, a fim de quantificar, analisar e avaliar a produção científica, sobre resíduos eletrônicos. As bases de dados coletadas foram Google Acadêmico e ScienceDirect, com as palavras-chave ‘gestão e-lixo’ e ‘resíduos eletroeletrônicos’ (no Brasil) e ‘e-waste management China’ e ‘electrical and electronic waste China’ (na China), no período de 2010 a 2023, utilizando-se 2010 como ano inicial por conta da Lei nº 13.576/2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).

Foram explorados cerca de 170 materiais, sendo eliminados itens que não envolviam o estudo de REEE, no Brasil ou na China, resultando em uma amostra de 45 artigos, 26 brasileiros e 19 chineses. Referente ao quantitativo de autores mais citados, no Brasil e na China, a China obteve destaque, sendo justificado pelo fato dos artigos chineses conterem mais informações bibliográficas, visto que a China apresentou 26,67% da bibliografia estudada e o Brasil 15,56%. Além disso, a maioria das universidades chinesas trabalham em conjunto, com universidades nacionais ou internacionais.

O objetivo geral proposto de revisar, bibliometricamente, pesquisas sobre resíduos eletrônicos no Brasil e na China, em uma amostra de 45 artigos, identificou-se que: os modelos mais utilizados, no Brasil e na China são de gestão de resíduos com base na legislação e de Política de Fundos, respectivamente. Além disto, os achados promoveram identificação de dados quantitativos em pesquisas brasileiras e qualitativos em pesquisas chinesas, e que o Brasil tem publicado com universidades estrangeiras, enquanto a China tem publicado, entre outras informações analisadas.

CHEN, Mengjun et al. China E-waste management: Struggling for future success. Resources, Conservation and Recycling, v. 139, p.48-49, 2018. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0921344918302982. Acesso em: 1 ago. 2023. FERREIRA, Ana G. C. Bibliometria na avaliação de periódicos científicos. Revista de Ciência da Informação, v. 11, n. 3, 2010. Disponível em: https://www.brapci.inf.br/_repositorio/2010/06/pdf_3216262f4a_0011204.pdf. Acesso em: 13 ago. 2023.