Reumo
O inventário de emissão de GEE no projeto de edificação denominado “Porto Privilege” localizado em Salvador – Ba realizado em 2022-2023, utilizando-se da segunda versão da plataforma CECarbon, foi objeto de estudo de artigo apresentado no ENGEMA 2023 (Silva et al, 2023). Porém na época não se tinha ainda indicadores nacionais para que seus resultados fossem comparados. Assim, este artigo tem como objetivo geral efetuar análise comparativa dos resultados desse inventário de emissão de GEE, em projeto de edificação urbana no estado da Bahia, com indicadores nacionais de intensidade de carbono e energia incorporada, divulgados em maio de 2024, pelo SINDUSCON-SP, juntamente com a terceira versão da plataforma CECarbon, ajudando a identificar oportunidades de melhorias. Para tal, foram empregadas as seguintes técnicas metodológicas: pesquisas bibliográfica e documental, com extração de dados secundários de trabalhos científicos e estudos e ferramentas setoriais sobre cálculo de pegada de carbono e energia incorporada em edificações. Assim, o inventário do Porto Privilege, realizado em 2022-2023 utilizando-se da ferramenta CECarbon, demonstrou, que as emissões totais de carbono do projeto do empreendimento (1.134,7 tCO2e) referia-se ao consumo de aço, concreto, esquadrias de alumínio, argamassa e blocos de concreto (80% das emissões totais), resultando em uma intensidade de carbono de 0,22 tCO2e/m2. Já a energia incorporada em todos as matérias primas, materiais e insumos utilizados na obra (12.906,9 GJ), seria capaz de abastecer anualmente 415 casas de famílias médias brasileiras com 4 pessoas, durante um ano, resultando em uma intensidade de energia de 2,55GJ/m2. Os indicadores brasileiros, publicados por Sinduscon-SP (2024), apontam que em média as edificações de padrão elevado apresentam intensidades de carbono e de energia incorporada de 0,25tCO2e/m2 e 2,53 GJ/m2, respectivamente. Logo, os resultados do Porto Privilege encontram-se posicionados na média nacional. Espera-se que esses resultados possam motivar outras construtoras para ações similares, contribuindo para aprimorar indicadores para o setor, como também subsidiar a tomada de decisão por parte dos empreendedores e agentes públicos no que se refere as estratégias de mitigação e/ou compensação das emissões de carbono no setor da construção civil no Brasil.