Resumo

Título do Artigo

Proposição de um Ranking Unificado de Evolução de cidades inteligentes do Estado de São Paulo: estudo comparativo do IEG-M e do Ranking Connected Smart Cities
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Tema

Cidades Sustentáveis e Inteligentes

Autores

Nome
1 - Rodrigo Crepaldi Perez Capucelli
FEA-RP/USP - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto da USP - Administração Responsável pela submissão
2 - THAÍS HELENA ZERO DE OLIVEIRA PEREIRA
FEA-RP/USP - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto da USP - PPGAO
3 - Perla Calil Pongeluppe Rebehy
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Reumo

O desempenho da gestão pública tem sido um tema central nas últimas décadas, com um foco crescente na eficiência, transparência e qualidade dos serviços oferecidos aos cidadãos. Nesse contexto, o Índice de Efetividade da Gestão Municipal (IEG-M) e o Ranking Connected Smart Cities (RCSC) surgem como importantes ferramentas para avaliar e melhorar a gestão e o desenvolvimento urbano. Este estudo visa propor um Ranking Unificado de Evolução (RUE) que combine os indicadores do IEG-M e do RCSC para analisar a evolução das cidades inteligentes no Estado de São Paulo entre 2021 e 2023. Nos últimos anos, a gestão pública tem sido marcada por uma crescente busca por eficiência e eficácia. Governos e organizações públicas enfrentam o desafio de desenvolver e utilizar indicadores que reflitam a qualidade dos serviços e a satisfação dos cidadãos. Enquanto o setor privado frequentemente utiliza métricas financeiras e de mercado, o setor público depende de ferramentas de avaliação que podem medir impacto social e a qualidade dos serviços. Reformas no setor público, especialmente nas nações da OCDE, destacam a importância da avaliação sistemática de programas e indicadores de desempenho para garantir a eficiência e a transparência. No Brasil, a Constituição de 1988 promoveu uma maior autonomia para os municípios, intensificando suas responsabilidades administrativas e políticas.O IEG-M, criado pelo Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCESP) em 2014, é uma ferramenta fundamental para avaliar a qualidade da gestão municipal e assegurar a aplicação eficiente dos recursos. O IEG-M é composto por sete subíndices que cobrem áreas como saúde, educação e gestão fiscal, e é utilizado para classificar os municípios em faixas de eficácia. Por outro lado, o RCSC, desenvolvido pela Urban Systems, avalia cidades com base em onze eixos que abrangem desde mobilidade e meio ambiente até governança e inovação tecnológica. O RCSC, realizado anualmente, coleta dados de municípios com mais de 50 mil habitantes, proporcionando uma visão abrangente do desenvolvimento inteligente e sustentável das cidades. A partir de tais índices, esse estudo tem como objetivo principal propor um Ranking Unificado de Evolução (RUE) que combina os dados do IEG-M e do RCSC para avaliar a evolução das cidades inteligentes em São Paulo. A metodologia adotada envolve uma análise comparativa dos indicadores de desempenho de ambos os rankings, abrangendo o período de 2021 a 2023. A análise busca criar uma métrica unificada que permita uma avaliação mais completa e integrada da evolução das cidades. A metodologia do estudo foi dividida em três etapas principais: revisão da literatura, análise descritiva dos indicadores e construção do RUE. Primeiramente, foi realizada uma revisão sistemática da literatura para entender o estado atual das ferramentas de avaliação de desempenho e das cidades inteligentes. Em seguida, foi realizado um estudo exploratório descritivo para comparar os critérios e os resultados dos índices IEG-M e RCSC. Para concretizar o objetivo desse artigo, os dados de do IEGM e do RCSC foram coletados para os anos de 2021 a 2023, e as pontuações dos municípios foram padronizadas em percentuais. Para integrar essas escalas de evolução, foi desenvolvido um fator de ponderação que ajusta as pontuações do IEG-M para a escala do RCSC, resultando em um Ranking Unificado de Evolução. O RUE revelou que Santana de Parnaíba foi o município com a maior evolução, seguido por Lençóis Paulista, Paulínia, Piracicaba e São Caetano do Sul. Esses municípios demonstraram uma melhoria significativa tanto no IEG-M quanto no RCSC. Em contraste, os municípios de Caraguatatuba, Guarujá, Limeira, Jacareí e Campinas obtiveram as piores classificações no RUE. Esses resultados destacam como a análise conjunta dos dois índices pode revelar nuances importantes sobre o desempenho das cidades. A análise também revelou discrepâncias significativas entre os rankings isolados e o RUE. Alguns municípios que tiveram boas classificações anuais em um dos índices, como Praia Grande e Indaiatuba no IEG-M, ou Barueri e Campinas no RCSC, não foram os melhores classificados no RUE. Isso se deve à menor capacidade de evolução desses municípios, que já apresentavam boas pontuações no início do período analisado. A comparação entre o IEG-M e o RCSC demonstrou que, apesar das abordagens diferentes dos índices — com o IEG-M focando mais detalhadamente na gestão pública e o RCSC considerando uma gama de indicadores mais amplos —, a análise conjunta proporcionou uma visão mais holística da evolução das cidades inteligentes. O RUE, ao combinar os dados dos dois índices, oferece uma ferramenta valiosa para gestores públicos, permitindo uma análise mais abrangente e integrada da evolução dos municípios. Os resultados sugerem que a criação de um ranking unificado pode ajudar a identificar as áreas de maior e menor progresso, possibilitando uma melhor alocação de recursos e a implementação de políticas mais eficazes. A metodologia adotada para a construção do RUE pode servir como modelo para futuras análises de desempenho municipal e para a criação de rankings que integrem múltiplos indicadores, de forma a contribui para a compreensão do desempenho das cidades inteligentes ao integrar diferentes métricas de avaliação. O RUE, ao combinar o IEG-M e o RCSC, fornece uma visão mais completa da evolução dos municípios e pode auxiliar na tomada de decisões para a melhoria da gestão pública e do desenvolvimento urbano. A análise revela que, apesar das diferenças metodológicas dos índices, uma abordagem integrada pode oferecer insights valiosos e promover um melhor entendimento das dinâmicas urbanas.