Reumo
Este estudo aborda as contribuições das famílias para a gestão dos resíduos sólidos urbanos no contexto da economia circular, com uma ênfase particular no impacto das fraldas descartáveis, que representam um desafio significativo para a sustentabilidade urbana. Estima-se que um único bebê utilize cerca de 7 mil fraldas descartáveis até o terceiro ano de vida, gerando aproximadamente 2 toneladas de resíduos. Utilizando uma abordagem qualitativa, foram realizadas entrevistas em profundidade com 20 mães, igualmente divididas entre usuárias de fraldas de pano ecológicas e descartáveis. A análise temática, complementada pela utilização do software Iramuteq, elucidou padrões complexos nas motivações das consumidoras, destacando que as mães que adotam fraldas ecológicas são impulsionadas por preocupações ambientais, econômicas e de saúde, como a prevenção de assaduras e a adequação para crianças com alergias. Em contraste, usuárias de fraldas descartáveis manifestam preocupações quanto à exposição a substâncias químicas, embora a conveniência e barreiras informacionais perpetuem seu uso predominante. Além disso, práticas sustentáveis como a separação de resíduos recicláveis e compras em brechós foram observadas entre os dois grupos. Este estudo destaca a importância de uma educação ambiental efetiva desde a infância e a necessidade urgente de políticas públicas e iniciativas comunitárias que facilitem a transição para práticas de consumo mais sustentáveis, alinhando-se aos princípios da economia circular.