Reumo
Em tempos de grandes desafios nos âmbitos organizacionais, nacionais e globais, torna-se essencial otimizar meios que congreguem diversos recursos para viabilizar soluções de impacto positivo de forma rápida, efetiva e sustentável para o maior número de stakeholders do que o modelo vigente tem sido capaz de realizar. A sustentabilidade forte tem se mostrado recurso cada vez mais relevante para a estratégia empresarial, requerendo líderes capazes de engajar diferentes stakeholders e implementar práticas voltadas à sustentabilidade em ambientes mais colaborativos e inovadores. A liderança consciente, que traduz o propósito da empresa e inspira e desenvolve pessoas, é crucial nesse processo.
A intensa preocupação da sociedade industrial com fenômenos externos, sempre muito mais orientados para a otimização de resultados, crescimento constante, competitividade e lucro, entre outros fatores de orientação mecanicista, negligenciaram inevitavelmente os aspectos mais humanos e ambientais, que se tornaram grandes desafios do momento presente. Por isso, a dicotomia entre sustentabilidade e crescimento econômico não é mais uma escolha viável no contexto contemporâneo. É imprescindível buscar um modelo de crescimento que seja ao mesmo tempo inclusivo e consciente, que priorize uma distribuição mais equitativa dos benefícios sociais gerados, dada a periculosidade do trajeto traçado pelo modelo vigente, que tem sistematicamente marginalizado amplas parcelas da população.
Realizado a partir de uma revisão bibliográfica, este ensaio se propõe, portanto, a uma análise sobre a importância do desenvolvimento de lideranças como um caminho possível para promover um capitalismo mais consciente e responsável. Leva em conta ainda o protagonismo das organizações para o desenvolvimento sustentável, considerando as novas configurações das organizações orientadas por princípios da sustentabilidade como ponto central, visando tornar seus impactos socioambientais neutros ou negativos, vem sendo também apresentada a partir do Design de culturas e sistemas regenerativos, da Economia circular e Ecológica, de eco inovações, entre outras.
A influência das lideranças na transição dos modelos de gestão orientando o caminho para a mudança de pensamento sobre a condução de negócios que levem em consideração uma abordagem mais holística na sociedade tem sido objeto de estudo cada vez mais valioso para a compreensão da dinâmica desta transição vivenciada pela Sociedade atual. Líderes regenerativos, que adotam um pensamento sistêmico e compreendem a interconexão entre todos os aspectos da vida, são essenciais para promover a prosperidade a longo prazo.
Muitos estudos acerca do atual sistema econômico ainda não têm feito as conexões necessárias para que este modelo possa ser bem-sucedido de uma forma realmente integral. Ao que tudo indica, para a aceleração de soluções para os grandes desafios de nossos tempos, apenas com um Capitalismo responsável, baseado na Teoria de stakeholders, alinhado ao pensamento sistêmico, às soluções regenerativas e visão de longo prazo, mas sobretudo incluindo aspectos mais profundos relacionados ao desenvolvimento de uma maior consciência humana desde o âmbito individual até o coletivo é que será possível alcançarmos o tão necessário Desenvolvimento sustentável esperado.
A necessidade de aprofundar as formas globais de mensuração das dinâmicas econômicas vigentes e os recursos reguladores é destacada, especialmente no contexto das entidades certificadoras e dos governos. Essa transição para as chamadas Novas Economias requer um esforço coletivo e global para garantir sua ética e transparência.
Embora o tema Desenvolvimento sustentável e regeneração venham se mostrando cada vez mais proeminentes no Brasil e no mundo por conta das questões socioambientais críticas em que nos encontramos, ainda parece existir grande resistência por boa parte da liderança das organizações e setores produtivos, o que contradiz à demanda de práticas e estratégias necessárias à mudança de paradigma tratado neste ensaio.
Há, portanto, um espaço enorme para a Academia aprofundar nesta temática, tanto com relação aos principais desafios encontrados na jornada de transição, quanto ao desenvolvimento de líderes orientados às Novas Economias, como sugestões. Da mesma forma, cabe ainda analisar sobre como as políticas públicas e iniciativas privadas podem favorecer a Educação para a sustentabilidade; as atuais formas de medição, precificação e incentivo para o impacto.