Resumo

Título do Artigo

A REDUÇÃO DAS EMISSÕES DE GEEs E OS INDICADORES CONTÁBEIS
Abrir Arquivo

Tema

Gestão Ambiental

Autores

Nome
1 - Alana Bugatti Guessi
FEA-RP/USP - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto da USP - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto da USP Responsável pela submissão
2 - Maísa de Souza Ribeiro
- fea-rp

Reumo

1 INTRODUÇÃO Em 2024, as mudanças climáticas estão entre as principais preocupações dos líderes globais. Uma medida para tentar frear as emissões de gases de efeito estufa (GEE) é o Acordo de Paris (UNFCCC, 2016). Dessa forma, o grande desafio é verificar se as empresas estão cumprindo com seu papel na meta proposta. Dessa forma, torna-se interessante avaliar como o nível de emissão de GEE se comporta com base no comportamento dos indicadores contábeis. Vale ressaltar que estudos anteriores já buscaram relações sobre a redução das emissões e indicadores financeiros (FLORI; BORGHESI; MARIN, 2024). Mas, o objeto de estudo, ou seja, a variável dependente correspondia ao indicador contábil e não às emissões. Portanto, este trabalho é relevante, especialmente, pela urgência do combate as mudanças climáticas e se justifica pelo momento em que a sociedade, inclusive, a empresarial e de investidores estão iniciando demonstrações mais enfáticas da conscientização sobre o clima. 2 PROBLEMA DE PESQUISA E OBJETIVO O objetivo deste trabalho é compreender as relações que existem entre as emissões de GEEs e as variáveis contábeis de patrimônio e de desempenho das empresas. Portanto, pretendendo responder a seguinte questão: Qual a relação entre as emissões de GEEs e os indicadores patrimoniais e de desempenho das empresas? 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Dado o senso de urgência, os governos necessitam de uma compreensão maior sobre como criar um ambiente propício para diminuir as emissões de GEEs oriundas das empresas (KALU; BUANG; ALIAGHA, 2016). Sendo assim, alguns elementos, quando combinados, podem oferecer entendimento crucial para líderes empregarem políticas de transformações com relação as emissões, como por exemplo, o setor de atuação, a região de operação, as fontes de energia utilizada e a quantidade de investimentos em ativos fixos (SHI et al., 2023). 4 METODOLOGIA Este estudo é quantitativo, descritivo e bibliográfico. Sendo assim, foram utilizadas as seguintes variáveis independentes: ativo imobilizado líquido, ativo total, despesas operacionais, razão do total de emissões por receita líquida, rentabilidade sobre ativo (ROA), setor, país e se a empresa fez parte do sistema de comércio de emissão. A variável dependente é a emissão de GEEs, representada pela soma dos escopos 1 e 2. Para isso, a amostra foi selecionada a partir da base LSEG Data & Analytics, tendo origem todas as empresas públicas da base, entre os anos de 2013 a 2022, que continham as informações em todos os anos analisados. Depois, foram excluídas as empresas financeiras, conforme Mahapatra, Schoenherr e Jayaram (2021). Dessa forma, a amostra final conta com 591 companhias e o total de observações foi de 5.910. Para resolver a questão de pesquisa, foi escolhido o modelo de Efeitos Fixos com erros padrão robustos e com a correção de Newey e West (1987) que atende aos pressupostos dos modelos de regressão. 5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Como resultado, houve uma associação positiva entre as emissões de GEEs e as variáveis independentes. Portanto, um aumento no ativo total, nas despesas operacionais, na razão das emissões por receita, no imobilizado líquido, no ROA e fazer parte do sistema do comércio de emissão está associado a um incremento nas emissões de GEEs. As variáveis de setor e país foram omitidas do modelo porque não sofreram variações ao longo do tempo. Esses resultados sugerem que empresas com mais ativos fixos e grande rotatividade em suas vendas poluirão mais. Dessa forma, podemos refletir que se empresas menores possuíssem mais recursos, elas aumentariam suas produções e, consequentemente, suas emissões, para trazer mais rentabilidade para seus investidores. Essa ideia está condizente com a teoria dos stakeholders, visto que se a demanda das partes interessadas for o retorno do seu capital investido, a empresa priorizará sua produtividade. 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Este artigo teve o objetivo de verificar as relações que existem entre as emissões de GEEs e as variáveis contábeis de patrimônio e de desempenho das empresas. Conclui-se que existe uma relação positiva entre o aumento das emissões de GEEs e os indicadores de desempenho econômico e de patrimônio das empresas. Portanto, o aumento nas variáveis de ativo total, nas despesas operacionais, na razão das emissões por receita, no imobilizado líquido, no ROA e fazer parte do sistema do comércio de emissão está associado a um incremento nas emissões de GEEs. Dessa forma, esses resultados estão alinhados com Lewandowski (2017) e Santos, Ribeiro e Kouloukoui (2023), mas são contrários aos achados de Flori, Borghesi e Marin (2024). REFERÊNCIAS FLORI, A.; BORGHESI, S.; MARIN, G. The environmental-financial performance nexus of EU ETS firms: A quantile regression approach. Energy Economics, v. 131, p. 107328, mar. 2024. DOI: https://doi.org/10.1016/j.eneco.2024.107328. KALU, J. U.; BUANG, A. ALIAGHA, G. U. Determinants of voluntary carbon disclosure in the corporate real estate sector of Malaysia. Journal of Environmental Management, v.182, 2016, p.519-524. DOI: http://dx.doi.org/10.1016/j.jenvman.2016.08.011. LEWANDOWSKI, S. Corporate Carbon and Financial Performance: The Role of Emission Reductions. Business Strategy and the Environment, v. 26, n. 8, p. 1196–1211, dez. 2017. DOI: https://doi.org/10.1002/bse.1978. MAHAPATRA, S. K.; SCHOENHERR, T. JAYARAM, J. An assessment of factors contributing to firms’ carbon footprint reduction efforts. International Journal of Production Economics, v. 235, 2021. DOI: https://doi.org/10.1016/j.ijpe.2021.108073 NEWEY, W. K.; WEST, K. D. A Simple, Positive Semi-Definite, Heteroskedasticity and Autocorrelation Consistent Covariance Matrix. Econometrica, v. 55, n. 3, p. 703, maio 1987. DOI: https://doi.org/10.2307/1913610. SANTOS, L. J. M.; RIBEIRO, M. S.; KOULOUKOUI, D. Relationship between greenhouse gas emissions and accounting variables according to the Environmental Kuznets Curve Hypothesis. Advances in Scientific and Applied Accounting, v.16, n.3, p.245-257, 2023. DOI: 10.14392/asaa.2023160311 SHI et al. Evaluation of CO2 and SO2 synergistic emission reduction: The case of China. Journal of Cleaner Production, v. 433, 2023. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jclepro.2023.139784. UNFCCC. The Paris Agreement. 2016. Disponível em: parisagreement_publication.pdf (unfccc.int). Acesso em: 5 de set. 2023.