Reumo
– Introdução:
O artigo analisa os desafios enfrentados pelo ensino de ESG (Environmental, Social, and Governance) nos cursos de Administração no Brasil, com destaque para os resultados do ENADE 2022 na cidade de Curitiba. A sustentabilidade, ao longo das últimas décadas, tem se consolidado como tema central nas organizações, influenciando os currículos acadêmicos. No entanto, a performance aquém do esperado dos estudantes de Administração no exame de 2022 (DAES, 2022) levanta questões sobre a eficácia da inclusão do ESG nos currículos e a formação adequada de futuros gestores. Assim, a pergunta desta pesquisa é: Qual reflexão pode-se tirar do baixo resultado sobre o ESG no ENADE 2022 no curso de administração?
– Fundamentação Teórica: O conceito de ESG surgiu em 2004 como resposta a demandas de mercados financeiros por práticas empresariais mais sustentáveis. O ESG rapidamente evoluiu de uma preocupação periférica para uma métrica central que avalia não só a performance financeira, mas também os impactos ambientais e sociais das organizações. No Brasil, eventos como os desastres ambientais de Mariana e Brumadinho ampliaram a relevância do ESG. No campo acadêmico, o número de publicações científicas sobre ESG cresceu exponencialmente nos últimos anos, demonstrando o crescente interesse de empresas e pesquisadores por práticas sustentáveis. Na educação, o ensino da sustentabilidade tem sido incorporado de maneira gradual nos currículos de Administração (Frankenberger et al., 2015) , com foco em responsabilidade social corporativa, ética e governança.
– Metodologia: A metodologia utilizada no artigo baseou-se na análise crítica dos resultados do ENADE 2022, em especial as questões discursivas sobre ESG. Foram analisados relatórios de desempenho de alunos de cursos de Administração em diversas instituições de Curitiba, e os dados foram comparados com o relatório nacional de desempenho. O foco da análise foram as notas obtidas pelos alunos nas questões discursivas relacionadas ao ESG, com o objetivo de identificar possíveis lacunas no ensino e nos currículos das instituições.
– Análise e Discussão dos Resultados:Os resultados do ENADE 2022 indicaram um desempenho significativamente inferior dos alunos em questões relacionadas ao ESG, em comparação com outras áreas da gestão. Embora o ESG tenha sido incluído na prova de forma mais ampla pela primeira vez em 2022, muitos estudantes demonstraram desconhecimento básico sobre os pilares "ambiental", "social" e "governança". A confusão entre "governança" e "governo" foi um erro comum, sugerindo que o ensino do ESG ainda é inadequado ou mal compreendido. O estudo também revela que a abordagem curricular de muitas instituições pode estar falhando em transmitir a importância e complexidade dos temas ESG de forma eficaz, além de destacar a possível falta de preparo docente para ensinar esses conceitos de forma adequada.
– Considerações Finais: O estudo conclui que o ensino de ESG nos cursos de Administração no Brasil enfrenta desafios significativos. A análise dos resultados do ENADE 2022 sugere que há uma lacuna no entendimento dos alunos sobre os princípios ESG, refletindo uma necessidade de revisão curricular e capacitação docente. A integração da sustentabilidade de forma transversal no currículo, bem como a promoção de maior conscientização entre os alunos sobre a relevância dessas práticas, são passos essenciais para melhorar a formação de gestores preparados para os desafios do mercado contemporâneo. O artigo recomenda que as instituições de ensino superior revisem suas práticas pedagógicas e currículos para garantir que o ESG seja ensinado de maneira mais eficaz e compreensível.
– Referências:
- DAES. (2022). RELATÓRIO SÍNTESE DE ÁREA ADMINISTRAÇÃO. https://download.inep.gov.br/educacao_superior/enade/relatorio_sintese/2022/relatorio_sintese_administracao.pdf
- Frankenberger, F., Cunha, J. G. M. C. DA, & Vieira, A. M. D. P. (2015). SUSTENTABILIDADE NO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO?: ENSINO É REFLETIDO NO ENADE?? SUSTAINABILITY IN MANAGEMENT COURSE?: EDUCATION IS REFLECTED IN ENADE?? Ciências Sociais Aplicadas Em Revista, 15(28), 168–186. http://e-revista.unioeste.br/index.php/csaemrevista/article/view/15316/10393