Reumo
As fortes chuvas, inundações de cidades, deslizamentos de terras, estradas e pontes interrompidas causaram a catástrofe ambiental que afetou o estado do Rio Grande do Sul (RS). Em 29 de abril de 2024 o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) emitiu o primeiro alerta vermelho de volume elevado de chuvas. Neste cenário, a catástrofe ambiental atingiu 2,3 milhões de pessoas, ou seja, a cada 10 gaúchos, dois sofreram com o impacto das chuvas. Milhares de pessoas tiveram suas casas, móveis, eletrodomésticos, veículos e memórias destruídas. Conforme os dados da Agência Brasil, em maio de 2024, existiam 445 municípios afetados no estado, 77 mil pessoas foram para abrigos, 600 mil desabrigados, 74.153 ações de salvamento de pessoas, 756 feridos, 169 mortos, 88 desaparecidos, 135 bloqueios em vias e 116.000 empresas foram afetadas. Consoante isso, esta pesquisa tem como objetivo analisar as relações entre a Catástrofe Ambiental do Rio Grande do Sul, a responsabilidade social, a consciência ambiental, os impactos ambientais e a mitigação de danos ambientais, os quais foram mensurados por quatro hipóteses de pesquisa. A metodologia utilizada foi quantitativa e descritiva, por meio de uma Survey, aplicada a 561 pessoas residentes no RS. Para a análise dos dados foi utilizada a Análise Fatorial Confirmatória (AFC), Regressão Linear Múltipla (RLM) e diversos testes estatísticos, tais como a Comunalidade, o Alpha Cronbach, o Kaiser, Meyer e Olkin (KMO), o Teste de Esfericidade de Bartlett e a Variância Total Explicada. Como resultados fica comprovado na AFC que todos os construtos apresentaram uma alta Variância Total Explicada, ou seja, acima de 50%, com destaque para o Construto de Consciência Ambiental (64,94%), evidenciando que a Consciência Ambiental dos gaúchos está alta perante a Catástrofe Ambiental vivenciada, com destaque para a CAM1 (0,880) “ A catástrofe ambiental aumentou a minha consciência ambiental sobre a correta separação dos resíduos (lixo) e sua destinação adequada”, assim como para a CAM4 (0,871) “A catástrofe ambiental mudou a minha consciência ambiental em poluir menos o meio ambiente”, estes achados significam que as pessoas estão mais conscientes em fazer a correta segregação dos resíduos e também em poluir menos o meio ambiente, o que corrobora com as pesquisas de Chaudhari et al. (2018), visto que as Catástrofes Ambientais são ocasionadas pelas ações humanas, o que origina uma série de impactos ambientais no planeta. Severo et al. (2021) também ressaltam que a população deve fazer a correta segregação dos resíduos, para o seu destino final, o que impacta na qualidade de vida das pessoas e menor poluição ambiental. Neste contexto, na RLM as quatro hipóteses de pesquisa foram confirmadas, bem como a mensuração da relação entre Catástrofe Ambiental e Impacto Ambiental resultou no maior valor, sendo 32,4% (R2), com um nível de significância de p>0,000. Notoriamente, as Catástrofes Ambientais, tais como, queimadas, incêndios, desertificação de terras férteis, descongelamento de calotas polares e enchentes são fortemente influenciados pelo modo de vida da população. Entretanto, os custos da reconstrução pós-desastre são muito maiores do que aqueles que deveriam existir para prevenir e preparar as cidades/populações. Neste sentido, os governos precisam ser mais proativos, a população precisa ter um consumo mais sustentável para não poluir o meio ambiente, e assim primar para a diminuição dos desastres e impactos ambientais. A principal contribuição da pesquisa reside na proposição do modelo de mensuração e o modelo de análise dos dados, na elaboração de cinco construtos de pesquisa (Consciência Ambiental - CA, Responsabilidade Social - RS, Consciência Ambiental - CAM, Impacto Ambiental - IA e Mitigação de Danos Ambientais - MDA) e consequentemente, nas variáveis observáveis, bem como nas relações de dependência entre os construtos, o que poderá ser utilizado em outras pesquisas científicas, contribuindo assim para o avanço da ciência.