Reumo
O presente trabalho busca investigar as motivações de empreendedores sustentáveis e os desafios na gestão empresarial. A organização do roteiro da entrevista semiestruturada foi baseada nos estudos de Greco e Jong (2017) e Borges et al (2013). Nesse enfoque, a pergunta norteadora da entrevista foi: Quais os motivos levaram você a atuar nesse negócio? Na medida em que o entrevistado desenvolvia a resposta e diante da necessidade de esclarecimentos era colocado nova pergunta. Assim, os temas foram emergindo a partir das falas dos entrevistados.
A localização dos empreendimentos sustentáveis situados na Rota dos Mirantes da Ibiapaba e a Rota do Café Verde - levou em consideração os municípios de Carnaubal, Croatá, Guaraciaba do Norte, Ibiapina, Ipu, São Benedito, Tianguá, Ubajara e Viçosa do Ceará (Rota Mirantes da Ibiapaba) e os municípios de Baturité, Guaramiranga, Mulungu e Pacoti (Rota do Café Verde). Quanto aos tipos de empreendimentos foi priorizado a tipologia definida pelos autores Borges et al (2013) os quais classificam por nicho da sustentabilidade subdividindo-se em: negócio ambiental ou negócio social e os que apresentem negócios híbridos, ou seja, em que o nicho social e ambiental são explorado conjuntamente. Após a localização dos negócios, foram realizadas 32 entrevistas com os empreendedores nas seguintes áreas: hotéis, camping, floricultura, fruticultura, restaurantes, equipamentos de energia solar, parques e pousadas.Quanto a motivação para ingressar em negócios da área sustentabilidade a maioria afirmou ter iniciado o empreendimento a partir da visualização de uma oportunidade. Os fatores motivacionais dos entrevistados estão ancorados nas memórias afetivas vinculadas à infância, desejo de ter o próprio negócio, percepção de uma oportunidade e a possibilidade no aumento da renda. Além disso, surgiram outras motivações não previstas no referencial teórico, entre elas a possibilidade de gerar impactos econômicos na área e a satisfação pessoal existente ao ingressar nesse tipo de empreendimento. Quanto às dificuldades levantadas foram citados: excesso de burocracia na abertura do negócio, ausência de incentivos financeiros (empréstimos, linha de crédito exclusiva para abertura e implantação de melhorias) e escassez de pessoal qualificado para atendimento nas pousadas, parque e hotéis.