Resumo

Título do Artigo

NARRATIVAS INSTITUCIONAIS SOBRE AS QUEIMADAS NO BRASIL: ENTRE CAUSAS, AÇÕES E CONSEQUÊNCIAS
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Tema

Comunicação, Indicadores e Modelos de Mensuração da Sustentabilidade

Autores

Nome
1 - ROMERO DE ALBUQUERQUE MARANHÃO
Universidade Nove de Julho - UNINOVE - PPGA Responsável pela submissão

Reumo

As narrativas institucionais são uma forma rica de enquadramento que conecta descrições sobre eventos a prescrições sobre atitudes e ações por meio de um formato narrativo. Essas narrativas podem ser promulgadas em ambientes políticos ou cotidianos. Tais narrativas desempenham papel crucial na criação de significados, nas interações sociais e na comunicação com a sociedade. Tais narrativas podem ser disseminadas por comunicados oficiais em rede nacional, sítios institucionais, pela mídia impressa, por noticiários e vídeos institucionais. Dessa forma, institui-se narrativas que passam a circular na sociedade, legitimando ações, criando valores e disseminando conteúdo. No contexto atual, de emergência climática e ambiental severas, uma onda de calor tem gerados efeitos catastróficos aos biomas brasileiros e a saúde da população. Assim, esta pesquisa tem como objetivo analisar as narrativas institucionais do governo federal sobre as queimadas no Brasil e na Amazônia, a partir dos pronunciamentos do Presidente da República, Ministra do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, Agentes do IBAMA e da Polícia Federal. Os resultados indicam que: as ações desencadeadas pelo governo federal são incipientes e desconexas da realidade local; há falta de capacidade institucional e técnica para resolver o problema; existe desarticulação entre as instituições; não há recursos financeiros e humanos qualificados para lidar com as questões climáticas e orientar a população; e a ineficiência governamental é uma constante na questão climática pela ausência de mecanismos de controle. Quanto as causas para as queimadas, as autoridades policiais com base em informações enviadas por órgãos ambientais, como o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), acreditam que sejam provocadas por ação humana de origem desconhecida e criminosa. Em relação as ações, o governo mobilizou mais de 800 agentes federais, incluindo brigadistas e agentes da Força Nacional e das Forças Armadas, bem como aeronaves do Ibama e do ICMBio. Além disso, o presidente assinou um pacto com governadores para o combate a incêndios no Pantanal e Amazônia; a criação da sala de situação para tratar sobre a seca e o combate a incêndios no país, especialmente no Pantanal e na Amazônia; e a liberação de R$ 100 milhões para ações do Ibama e do ICMBio no bioma. Em que pese todo o esforço do governo federal, as consequências são inúmeras, dentre elas: prejuízos à saúde (poluição do ar e doenças respiratórias em humanos); impacto na biodiversidade (destruição de habitats naturais de espécies ameaçadas); problemas econômicos (comprometimento do turismo ambiental e da economia local); degradação do solo (perda de umidade, erosões e poluição de rios); e aquecimento global (aumento de gases de efeito estufa).