Resumo

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A (IN) EXISTÊNCIA DE POLÍTICAS DE CONSUMO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS EM CÂMPUS DE INSTITUIÇÕES BRASILEIRAS DE ENSINO SUPERIOR: UM ESTUDO PRELIMINAR
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Tema

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Autores

Nome
1 - Cintia Sonale Rebonatto
Faculdade Meridional - Universidade de Passo Fundo - upf Responsável pela submissão
2 - Taina Broetto
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3 - Leonardo Bock
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4 - Carlos Costa
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Reumo

Os universitários brasileiros têm maior tendência ao consumo excessivo de álcool em comparação com os estudantes que não frequentam o ensino superior, sendo mais propensos a se tornarem bebedores compulsivos (ANDRADE; DUARTE; OLIVEIRA, 2010). Nesse contexto, o uso abusivo de álcool e suas consequências constituem uma preocupação de saúde pública (STOCKINGS et al., 2016), tanto em virtude dos prejuízos individuais e elevado custo social, como pela baixa assertividade dos esforços de prevenção e redução ao consumo abusivo.
Identificar a presença de programas educativos e preventivos com relação ao uso do álcool dentro das Instituições de Ensino Superior (IES) do Rio Grande do Sul (RS). Buscou-se, assim, responder à seguinte pergunta de pesquisa: há evidências de programas ou medidas educativas nas IES relacionadas especificamente à prevenção e moderação do consumo excessivo de álcool? Para responder à essa questão norteadora definiu-se como objetivo geral o de identificar a existência de programas e medidas educativas direcionadas ao combate do uso excessivo de bebidas alcoólicas em IES brasileiras.
Verificam-se lacunas na eficácia das medidas de prevenção e redução do uso e dos danos do tabaco, álcool e drogas ilícitas em jovens (Stockings et al., 2016). Na mesma direção, observam-se a inexistência de programas e medidas educativas nas IES, bem como, declarações de estudantes afirmando nunca terem recebido informações sobre o consumo de álcool em tais contextos (CAVALCANTE et al., 2012). Tais aspectos, indicam a relevância de as IES iniciarem a adoção de políticas de prevenção e combate ao consumo excessivo de álcool.
O estudo foi conduzido por abordagem quantitativa, de tipo descritivo e de corte transversal, sendo participantes 99 IES públicas e privadas do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. A coleta de dados ocorreu mediante um inquérito telefônico junto aos setores de atenção aos estudantes (SAEs) ou órgão afins, por meio de um questionário estruturado, com questões fechadas.
Das IES pesquisadas, 79,8% não mantém ou nunca realizaram campanha relativa ao uso de álcool, 94% das instituições não possuem programa para avaliação de alunos com problemas decorrentes de consumo de álcool, bem como não há, no Serviço de Apoio aos Estudantes (SAEs), profissional treinado para essa finalidade. Um dado relevante, é o fato de apenas 4,04% das IES terem relatado a ocorrência de encaminhamento de estudantes por orientação dos docentes. Salienta-se, também, a baixa procura dos próprios estudantes (5,1%) por auxílio junto aos SAEs para tratar questões relativas à temática.
Como resultados da pesquisa emergiu que, apesar de existirem esforços preventivos em âmbito institucional, eles por si só, são incipientes. O que é preocupante, pois o ambiente acadêmico é um relevante espaço para o incremento de programas preventivos, sendo recomendável a implantação de políticas nessa direção, em virtude da alta incidência de consumo de álcool dentre a população universitária. Entende-se que estratégias integradas e sustentáveis de monitoramento, prevenção e controle são necessárias, e devem envolver um esforço conjunto de familiares, IES e órgãos governamentais.
ANDRADE, A.; DUARTE, P.; OLIVEIRA, L. I Levantamento nacional sobre o uso de álcool, tabaco e outras drogas entre universitários das 27 capitais brasileiras. Brasília: SENAD, 2010. CAVALCANTE, D.; GOMES, R.; SOUSA, V.; SARDINHA, A.; FILHO, M. Uso de álcool entre acadêmicos de farmácia de uma universidade pública. Revista Enfermagem, v. 20, n. 3, p. 312–316, 2012. STOCKINGS, E.; HALL, W.; LYNSKEY, M.; MORLEY, K.; REAVLEY, N.; STRANG, J.; PATTON, G.; DEGENHARDT, L. Prevention, early intervention, harm reduction, and treatment of substance use in young people. The Lancet Psychiatry, v. 3, n. 3,