Resumo

Título do Artigo

O Veículo Elétrico no Brasil: Um Ilustre Desconhecido
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Tema

Operações sustentáveis

Autores

Nome
1 - Helder de Souza Aguiar
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA/USP) - Responsável pela submissão
2 - Flávia consoni
- UNICAMP
3 - Marcos Cesar Weiss
ESPM - Escola Superior de Propaganda e Marketing -
4 - Marcos Roberto Luppe
-

Reumo

O comportamento do consumidor influencia e é influenciado pelos desenvolvimentos da indústria. O consumidor é a força que determina o sucesso dos produtos e tem um papel especial se este estiver relacionado a tecnologias que inserem novos hábitos de consumo. A indústria automobilística é ilustrativa desta lógica. A literatura do final do XX foi enfática ao argumentar que a indústria automotiva, apesar dos investimentos em P&D em tecnologias de segurança, eletrônica embarcada, ergonomia e design, insistia em perpetuar a tecnologia core do veículo sua motorização a combustão interna.
Os veículos elétricos são uma resposta tecnológica a uma demanda por produtos mais sustentáveis e menos dependentes de combustíveis fósseis. Apesar do crescimento consistente nas vendas de VE, este movimento tem sido distinto entre os países. China, EUA e Europa têm respondido pela quase totalidade deste mercado; o mercado brasileiro ainda encontra-se à mercê destas tecnologias, com poucos modelos comercializados e preços ainda proibitivos para a grande maioria da população. O objetivo deste artigo é compreender qual a disposição, motivações e resistência para a compra de um VE no país.
Apesar do seu ar de modernidade, o veiculo elétrico não é recente. Os primeiros modelos movidos a eletricidade datam da primeira metade do século XIX. Sua concepção se baseava numa espécie de locomotiva, autonomia de dois quilômetros e velocidade de até 6km/h. Neste época, os VE conviviam com os veículos com MCI e os veículos movidos à vapor. No começo do século XX houve uma batalha entre eles definindo a tecnologia dominante e preferida pelos consumidores. A combustão interna predominou e imperou por mais de 100 anos mundialmente, totalmente dependente de combustíveis fósseis.
Essa pesquisa pode ser caracterizada como uma pesquisa quantitativa, de caráter exploratório-descritivo (COLLIS; HUSSEY, 2005), com o intuito de conhecer e analisar o posicionamento de indivíduos quanto: a) a disposição para a compra de veículo elétrico; b) as razões para o não avanço da penetração de VE no Brasil, e; c) a importância da marca e da rede de concessionárias. A pesquisa, adicionalmente, pode também ser caracterizada como descritiva, uma vez que se propõe “determinar a incidência e distribuição das características e opiniões de populações de pessoas"” (KELINGER, 1980).
O veículo elétrico parece se configurar como uma boa opção, se comparada sua breve história com a longa vida já vivida pelos veículos a combustão. Entretanto, os testes estatísticos (ANOVA) realizados entre aqueles que manifestaram intenção de adquirir um veículo (374 respondentes) mostraram que, com 95% de confiança, tanto veículo a combustão quanto o veículo elétrico têm a mesma média de aceitação. Então, por que não?Foram oferecidas aos respondentes algumas possíveis razões que justificassem o não avanço dos veículos elétricos no Brasil e vários foram corroborados pelos respondentes.
O quase completo desconhecimento ficou evidente a partir da pesquisa aqui conduzida, a qual buscou entender como uma parcela da população brasileira compreende e se relaciona com uma mudança tecnológica que está acontecendo em diversos países, a da mobilidade elétrica. É certo que o custo do veículo torna este produto bastante impeditivo para sua expansão em grande escala. Entretanto, esta pesquisa mostra que os usuários sequer sabem diferenciar um veículo MCI de um VE, ou mesmo de um VEB de um VEH. A questão do valor do veículo, aliás, acaba ficando em segundo plano.
YU, O.; LOPES, L.; SILVA, C.; CHU, C. L.; NASCIMENTO, P. T. S.; JR, A. S. C. Electric vehicles: Struggles in creating a market. 2011 Proceedings of PICMET ’11: Technology Management in the Energy Smart World (PICMET), n. January 2011, p. 1–13, 2. MASIERO, G.; OGASAVARA, M. H.; JUSSANI, A. C.; RISSO, M. L. The global value chain of electric vehicles: A review of the Japanese, South Korean and Brazilian cases. Renewable and Sustainable Energy Reviews, v. 80, n. September 2016. IEA. Global EV Outlook 2018. [s.l: s.n.]. Disponível em: