Resumo

Título do Artigo

COMPOSTAGEM EM PEQUENA ESCALA UTILIZANDO BORRA DE CAFÉ COMO ALTERNATIVA PARA VALORIZAÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ORGÂNICOS EM INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR
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Tema

Educação e sustentabilidade

Autores

Nome
1 - Mariana Marsaglia de Oliveira
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2 - Geraldo Andre Rosseto Barreto
INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO - IFES - Responsável pela submissão
3 - Adriana Márcia Nicolau Korres
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4 - Sheila Souza Ribeiro
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5 - Jacqueline Rogéria Bringhenti
INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO - IFES -

Reumo

O Brasil é o principal produtor de café do mundo, sendo responsável por 40% da produção mundial desse fruto. De acordo com Andrade (2011), a grande produção e consumo de café no país, acarreta em uma enorme geração de resíduos. No processo de obtenção da bebida é gerado um resíduo, conhecido como borra de café (FERREIRA, 2011). Na maioria das vezes, esse resíduo é descartado sem tratamento prévio, podendo causar a poluição dos solos e dos corpos hídricos que entrarem em contato com esse material. Na tentativa de mitigar o problema causado por esse resíduo, a compostagem vem sendo estudada.
Para a valorização dos resíduos sólidos orgânicos (RSO) em instituições de ensino superior o presente trabalho buscou realizar o processo de compostagem utilizando borra de café e RSO produzidos na própria instituição, evitando com que esses resíduos fossem destinados para aterros sanitários (tratamento convencional). Buscou-se também observar qual porcentagem de borra seria ideal para operar de forma mais adequada o processo. Para isso, foram analisados diversos parâmetros do processo podendo-se afirmar a grande viabilidade da utilização do composto como fertilizante orgânico para plantas.
A geração de resíduos sólidos é inerente a ocupação humana no planeta Terra. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010) destaca a necessidade da implantação de sistemas de compostagem para o tratamento de RSO uma vez que promove sua estabilização, reduz o volume dos resíduos destinados a aterros sanitários e gera um produto rico em matéria orgânica mais humificada, valioso para a correção e fertilidade do solo, sendo que o processo doméstico tem grandes vantagens no fornecimento de uma abordagem de baixo custo para gerenciamento de resíduos, facilitando a reciclagem sustentável.
O projeto foi desenvolvido no Laboratório de Biotecnologia e Sustentabilidade (Labiotecs), do Ifes (Instituto Federal do Espírito Santo) - campus Vitória, localizado na Capital Vitória – ES. Para realização do experimento foi utilizada borra de café proveniente da própria instituição, advinda da cantina, restaurante, prédios administrativos e coordenadorias do Campus.Para garantir a sustentabilidade do processo, as composteiras foram montadas com materiais reutilizados. Durante o processo, foram efetuadas diversas análises para a garantir sua eficacia.
No decorrer do processo de compostagem ocorreu a decomposição da matéria orgânica pelos microrganismos, liberando assim, micronutrientes, agora disponíveis para serem utilizados em plantas. As características dos RSO foram observadas ao final do processo de compostagem em todos os tratamentos, tendo como fatores relevantes: a redução do volume, coloração final muito escura, odor agradável em algumas composteiras, sem a presença de vetores, e umidade reduzida. As análises de temperatura, umidade e pH permitiram traçar gráficos comparando as diferentes fases do processo.
As Instituições de Ensino Superior (IES) possuem papel de destaque no processo de desenvolvimento tecnológico e deveriam participar de forma mais efetiva na construção e no desenvolvimento de uma sociedade sustentável e justa. Acredita-se que pequenas ações como a representada pela implantação e operação de composteiras caseiras “in situ”, em ambiente institucional, pode levar ao desvio de parcela orgânica significativa do fluxo normal de resíduos sólidos orgânicos, considerando-se a possibilidade de sua reprodutibilidade para outros ambientes e locais e escala de implementação.
ANDRADE, K. Avaliação das técnicas de extração e do potencial antioxidante dos extratos obtidos a partir da casca e borra de café (Coffea arabica L.). Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina, 2011. FERREIRA. A. Influência da borra de café no crescimento e nas propriedades químicas e biológicas de plantas de alface (Lactuca sativa L.). 29 p. 2011. Dissertação (Mestrado) – Instituto Politécnico – Escola Superior Agrária de Bragança, Portugal.