Resumo

Título do Artigo

Ecoeficiência e sustentabilidade em empreendimentos ecoturísticos: proposta de ferramenta para tomada de decisão
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Tema

Indicadores e modelos de mensuração da sustentabilidade

Autores

Nome
1 - Marcio Mattos Borges de Oliveira
Escola de Engenharia de São Carlos - USP - FEARP-USP
2 - Sonia Valle Walter Borges de Oliveira
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA/USP) - Responsável pela submissão
3 - Alexandre Bevilacqua Leoneti
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP/USP) -

Reumo

O Brasil possui potencial turístico pelas belezas naturais, culturas regionais, cidades com características marcantes, além do vasto litoral. Ele agrega diversos ecossistemas notáveis, que podem atrair turistas nacionais e internacionais, fazendo do ecoturismo uma oportunidade não só para o turista, como para o desenvolvimento local. No entanto, deve-se analisar o equilíbrio entre os impactos positivos e negativos de empreendimentos ecoturísticos. A ecoeficiência pode auxiliar a gestão na redução de recursos e custos, geração de negócios e postos de trabalho, na busca pela sustentabilidade.
Problema: Como auxiliar a tomada de decisão dos empreendedores do ecoturismo para ações de ecoeficiência para a sustentabilidade? Objetivo: propor uma ferramenta para auxiliar a tomada de decisão dos empreendedores do ecoturismo para ações de ecoeficiência para a sustentabilidade. Específicos: Elencar atividades e uso de recursos em empreendimentos ecoturísticos; identificar impactos positivos-negativos de empreendimentos ecoturísticos nos ambientes natural, social e econômico; definir formas simples de avaliar impactos produzidos; identificar oportunidades ecoeficientes no uso de recursos.
Gössling et al. (2005) observam que existe consenso de que o desenvolvimento do turismo deve ser sustentável, mantendo-se baixos níveis de impactos negativos, o que só acontecerá com a mensuração dos mesmos. Diversas ações de ecoeficiência no turismo são apresentadas pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA, 2014) no manual de orientações práticas. A ferramenta FPEIR – Força motriz, Pressão, Estado, Impacto e Resposta (EUROPEAN ENVIRONMENT AGENCY, 1999), poder auxiliar na avaliação de empreendimentos ecoturísticos, em busca de sua sustentabilidade.
Trata-se de uma pesquisa aplicada, onde se desenvolveu um questionário online no Google Foms, com 6 seções, para auxílio à tomada de decisão de empreendedores do ecoturismo. A primeira seção é de identificação e as 5 outras seções se referem às dimensões da FPEIR. Seis empreendimentos fizeram parte da coleta de dados, em diferentes biomas, a partir de um roteiro de entrevista com 21 perguntas sobre a criação do empreendimento, suas características e atividades, possíveis impactos e formas de melhorias, produção/uso de recursos, gestão ambiental, colaboradores diretos e indiretos e logística.
Uma análise das atividades, ações e percepções referentes aos seis empreendimentos pesquisados mostra que há fortes indícios de que exista uma simbiose entre o ecoturismo e os aspectos locais que dão suporte aos empreendimentos – ambientais, sociais e econômicos, indo ao encontro da própria definição de ecoturismo descrita por Pires (1998). Pretende-se que a ferramenta possa gerar um modelo de gestão que instigue o empreendedor a buscar outras soluções, implementando atitudes e valores que nem sempre faziam parte do seu dia-a-dia.
A ferramenta proposta poderá servir de base para o gestor não só avaliar o seu empreendimento ecoturístico, mas também entender quais ações são importantes. É uma ferramenta de gestão e de tomada de decisão, pois possibilita, ao mesmo tempo, uma mensuração, mesmo que de forma qualitativa, e um possível direcionamento estratégico a ser seguido. As sugestões oferecidas pela ferramenta estão em linguagem acessível, fornecendo possibilidades compatíveis com a realidade brasileira, com foco em ecoeficiência e gestão para a sustentabilidade – social, ambiental e econômica.
EUROPEAN ENVIRONMENT AGENCY. Environmental indicators: Typology and overview. Copenhagen: EEA, 1999. GRÖSSLING, S. et al. The eco-efficiency of tourism. Ecological Economics, v. 54, p. 417- 434, 2005. PIRES, P. S. A dimensão conceitual do ecoturismo. Turismo - Visão e Ação, v. 1, n. 1, p. 75-91 jan./jun. 1998. PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O MEIO AMBIENTE-PNUMA. Ecoeficiência em empreendimentos turísticos: Orientações práticas. Brasília, DF: PNUMA, set. 2014.