Resumo

A evolução proporcionada pelo sistema capitalista trouxe, à sociedade, benefícios em termos tecnológicos e econômicos. Em contrapartida, a qualidade de vida dos seres em geral e o meio ambiente têm sofrido impactos negativos profundos oriundos do consumismo. A fim de reverter este quadro, discussões e práticas estratégicas de consumo começaram a ascender a partir da década de 70. Dentro do escopo considerado de consumo consciente está inserida a alimentação orgânica e natural, cujo exercício de cultivo contesta a utilização de químicas e, consequentemente, favorece a preservação ambiental.

A pesquisa tem a seguinte questão como norteadora do estudo: existe influência do local de compra na formação do perfil de compra do consumidor de alimentos orgânicos e naturais? Neste âmbito, o objetivo deste trabalho consistiu em comparar duas pesquisas que buscaram identificar o perfil dos consumidores de alimentos orgânicos e naturais em relação ao grau de consciência dos mesmos e comparar se o local de compra influência na formação deste perfil.

A perspectiva, denominada de consumo consciente tem como eixo principal a preocupação no desenvolvimento de um consumo iterativo que contemple a sociedade, a natureza e a economia de modo sustentável. Neste âmbito, os consumidores são atores importantes no processo de mudança social e ambiental ao materializarem, através de suas compras, um estilo de vida comprometido com valores éticos e ecológicos. Entretanto, o comportamento de compra do consumidor pode ser influenciado por diversas variáveis. Dentre elas, pelo local de compra e suas características particulares.

Com o propósito de atingir a proposição deste trabalho foi desenvolvida uma pesquisa exploratória e descritiva, a qual contemplou duas saídas a campo para entrevistar consumidores de lojas e hortas que comercializam, especificamente alimentos orgânicos e naturais na cidade de Americana/SP, os quais foram sorteados aleatoriamente no ato de suas compras e questionados com o auxílio de um formulário quantitativo como instrumento de aferição. As lojas e hortas, por sua vez, foram estratificadas em bairros e os dados coletados foram tratados de forma estatística e representados em gráficos e tabela

Após a tabulação dos dados recolhidos foi possível detectar um perfil de consumidores composto, majoritariamente, por mulheres, com idades entre 51 a 60 anos, as quais buscam, ao consumirem alimentos orgânicos e naturais, principalmente qualidade. As compras são realizadas com frequência semanal há mais de dez anos. Consumidores de hortas não sabem distinguir entre um alimento orgânico e natural. O contrário ocorre com consumidores de lojas.

Ao associar a pesquisa realizada juntamente do referencial teórico traçado é possível concluir que os consumidores de alimentos orgânicos e naturais entrevistados não podem ser inseridos dentro do escopo do consumo consciente. Os mesmos não possuem total aderência de práticas sustentáveis em geral e estão buscando, de forma individualista, qualidade de vida oposta ao meio ambiente. Detectou-se, portanto, que o local de compra possui influências insignificantes na formação do perfil da classe de consumidores em questão.

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