Resumo

Título do Artigo

INFLUXOS DO FEMINISMO NA ECONOMIA SOLIDÁRIA: um estudo sobre as práticas organizacionais em empreendimentos autogeridos por mulheres
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Tema

Empreendedorismo e negócios de impacto

Autores

Nome
1 - MARIA DE NAZARE MORAES SOARES
Universidade Federal do Ceará - UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ Responsável pela submissão
2 - SERAFIM FIRMO DE SOUZA FERRAZ
Universidade Federal do Ceará - UFC - FEEAC Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade
3 - Sílvia Maria Dias Pedro Rebouças
- Universidade Federal do Ceará (UFC)

Reumo

A questão do gênero é decisiva para a discussão sobre o papel da mulher na sociedade, contudo, subvalorizada no debate sobre economia e justiça econômica, provavelmente pela própria minimização da questão do gênero no pensamento hegemônico. Dentre as formas atuais de economia, o contexto da Economia Solidária [ES] é o que mais evidencia a participação da mulher, e, de fato, o universo dos empreendimentos da ES é formado em sua maioria por mulheres (Bauhardt, 2014; Guérin, 2005; Brasil, 2007). A Economia Solidária é um movimento social de geração de renda e organização do trabalho (...)
Os estudos em ES refletem a participação ativa das mulheres empreendedoras, o próprio mapeamento nacional da SENAES expõe questões específicas do trabalho da mulher na ES, contudo, não há um estudo que evidencie se a ES, na figura de seus princípios orientadores (autogestão, cooperação e autonomia), é influenciada pela perspectiva das práticas feministas de gestão (propostas por Patricia Yancey Martin). Diante do exposto, o estudo propõe responder à seguinte questão de pesquisa: Os princípios da Economia Solidária são positivamente influenciados por práticas feministas de gestão? (...)
O contexto de análise são empreendimentos geridos por mulheres nas redes de cooperação da Economia Solidária, sob o enfoque da proposta de Patricia Yancey Martin sobre as práticas feministas de gestão. Os objetivos específicos delimitados para a consecução do objetivo geral são: (i) Analisar se o princípio da autogestão é positivamente relacionado a práticas feministas de gestão; (ii) Identificar se o princípio da cooperação é positivamente relacionado a práticas feministas de gestão; (iii) Indicar se o princípio da autonomia é positivamente relacionado a práticas feministas de gestão. (...)
Foram utilizados dados primários, a partir de questionários aplicados junto às mulheres empreendedoras de uma rede de cooperação formada apenas por mulheres no âmbito da Economia Solidária (ES), abrangendo uma amostra de 16 empreendimentos e 100 questionários estruturados. Em conjunto foram utilizados dados secundários do mapeamento nacional dos empreendimentos da ES realizado pela SENAES.
A análise dos dados foi realizada através de estatísticas descritivas e da estatística de Regressão Linear Múltipla, utilizando-se a ferramenta estatística SPSS.
Os resultados corroboraram parcialmente a teoria e permitem compreender que ainda há muito o que se construir em termos de emancipação das mulheres no âmbito do mundo do trabalho cooperativo. Um alerta primário é a necessidade de conscientização sobre a questão da mulher no mundo do trabalho, em especial, no mundo do trabalho cooperativo.
(...) Martin, P. Y. (1993). Feminist practice in organizations: Implications for management. In: Fagenson, E. A. (Ed.), Women in management: Trends,issues, and challenges in managerial diversity: 274–296. Newbury Park,CA: Sage. Martin, P. Y. (2003). “Said and done” versus “saying and doing”: Gendering practices, practicing gender at work. In: Gender & Society, 17, 342-366. (...) Singer, P. I.(2008). Introdução à Economia Solidária. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo. (...)