Resumo

Searcy (2012) classificou o estudo da mensuração do desempenho sustentável em três áreas: design, uso e evolução. No design a proposta é criar indicadores para avaliação de determinados setores empresariais. O uso dos instrumentos de mensuração tratam da implementação dos indicadores. A evolução investiga a efetividade dos modelos e indicadores seguidos. O foco da literatura é a fase de design, sendo as fases de uso e evolução pouco representadas nas produções acadêmicas.Por este motivo, a abordagem escolhida para este artigo foi a fase de uso dos indicadores.

Os objetivos deste estudo foram: (01) elencar as principais contribuições da literatura para uso dos indicadores; (02) perceber quais as ações práticas seguidas pela empresa estudada quanto ao uso dos indicadores; e (03) fornecer uma proposta de framework para gestão de indicadores de sustentabilidade.

O termo desenvolvimento sustentável defende o uso atual dos recursos naturais sem comprometer sua disponibilidade para as gerações futuras, respeitando questões ambientais, sociais e econômicas (Moneva, Archel & Correa, 2006). Os indicadores constituem a maneira de tangibilizar a avaliação de desempenho organizacional, sendo um alerta para o real estado do desempenho e ainda uma forma de monitorar as atividades para que elas estejam de acordo com o planejado.

O estudo é do tipo exploratório qualitativo. Como métodos de investigação foram utilizados o estudo bibliográfico e entrevistas em profundidade. A princípio, procurou-se na literatura as principais contribuições para formulação do framework da gestão dos indicadores. Em seguida, o modelo levantado foi validado através de duas entrevistas em profundidade, ambas em uma mineradora de materiais para construção civil. Os dados foram tratados segundo análise de conteúdo. Os documentos analisados foram artigos científicos, para fomentar a confiabilidade dos dados.

Quatro fases para o framework foram levantadas:(1) coleta e tabulação dos dados. Nesta etapa a maior contribuição da literatura é em relação ao uso de software. (2) análise dos dados. É importante o foco nos indicadores principais, fazendo uma espécie de hierarquização de indicadores. (3) registro e divulgação. Um bom relatório seria aquele que é transparente quanto aos métodos de análise e resultados e inclui as partes interessadas e possui. (4) medidas pós-relatório. A ideia é tomar decisões que abrangem o interno e externo da organização.

A busca por documentos para análise de literatura seguiu alguns critérios, o que podem ter impossibilitado a descoberta de artigos importantes para este estudo. E na validação do modelo apenas uma empresa foi investigada, não apresentando caráter probabilístico e sim teórico. O framework proposto poderia ser aplicado em empresas de médio e grande porte, a fim de comparar os resultados, evidenciar a efetividade do modelo e propor sugestões de melhorias. Esta pesquisa não tratou da periodicidade do processo de gestão dos indicadores, sendo também uma oportunidade de investigação.

Barbieri, J., & Simantob, M. A. (2007). Organizações sustentáveis: uma reflexão sobre o futuro das organizações. São Paulo: Atlas. Rasmussen, L. V., Bierbaum, R., Oldekop, J. A., & Agrawal, A. (2017). Bridging the practitioner-researcher divide: Indicators to track environmental, economic, and sociocultural sustainability of agricultural commodity production. Global Environmental Change, 42, 33-46. Searcy, C., & Buslovich, R. (2014). Corporate perspectives on the development and use of sustainability reports. Journal of business ethics, 121(2), 149-169.