Resumo

A Responsabilidade Social Corporativa (RSC) pode ser considerada como um elemento integrante das estratégias de negócios e diferenciação do nível corporativo. Na perspectiva de longo prazo, as organizações devem reexaminar seu padrão de comportamentos e direcionar seu caminho para uma abordagem sustentável que esteja integrada à estratégia de negócios. As estratégias sustentáveis devem ser projetadas para melhorar o desempenho das organizações, ajustando suas características a estratégia competitiva, procurando estabelecer parâmetros para análise econômica e socioambiental da RSC.

A Responsabilidade Social Corporativa (RSC) está associada ao contexto sustentável dos negócios, sendo considerada como um elemento estratégico e de diferenciação do nível corporativo nas vertentes econômica, social e ambiental. Dentre os instrumentos de gestão estratégica, os Modelos de Maturidade em RSC (MRSC) podem demonstrar como as empresas estão evoluídas em determinada área para que busquem traçar um caminho de melhorias que as tornem mais eficazes. Esse estudo buscou verificar a relação estratégica existente entre a MRSC e o Desempenho Empresarial.

Genericamente, a RSC associa a perspectiva socioambiental com a dimensão econômica, utilizando diversas funções e recursos para o alcance de seus objetivos (TORUGSA; O’DONOHUE; HECKER, 2012). A Teoria Baseada em Recursos (TBR) investiga a utilização dos recursos e capacidades na gestão dos ativos estratégicos como fonte de vantagem competitiva para as empresas JUGDEV; THOMAS, 2002; BRANCO; RODRIGUES, 2006). Os modelos de MRSC podem auxiliar na análise dos fatores que influenciam no sucesso das organizações, demonstrando como estão evoluídas em determinada área (BAUMGARTNER; EBNER, 2010).

Envio/aplicação de um questionário fechado contendo 17 questões referentes a MRSC, dispostas em uma escala de cinco pontos, que vai de 1 (inexistência de práticas e padrões); 2 (informal ou em fase de implantação); 3 (formalmente estabelecido); 4 (estabelecido e sistêmico) e 5 (estabelecido, sistêmico e otimizado). O DFM foi verificado através de 5 variáveis dispostas em uma escala likert de 5 pontos em que 5 representa muito elevado/superior e 1 indica um desempenho muito baixo ou inferior aos concorrentes.

O estudo utiliza a Modelagem de Equações Estruturais (software Smart-PLS) verificando, dentre outras perspectivas, o Alpha de Cronbach (AC), Confiabilidade Composta (CC), Variância Média Extraía (A.V.E), o Fator de Variância da Inflação (VIF), a Validade Discriminante (VD), o Teste “T” de Student e a avaliação do modelo estrutural.

Verifica-se que as empresas utilizam estrategicamente seus recursos e capacidades relacionados a RSC como uma oportunidade para os negócios e melhoria dos resultados. A perspectiva da Teoria Baseada em Recursos (TBR) permite que a RSC seja analisada no contexto da criação de valor econômico, social e ambiental da atividade empresarial. Essas perspectivas, quando utilizadas estrategicamente pelas empresas, podem conduzir a geração de vantagem competitiva em relação aos concorrentes.

BAUMGARTNER, R. J.; EBNER, D. Corporate Sustainability Strategies: Sustainability Profiles and Maturity Levels. Sustainable Development, 2010. BRANCO, M. C.; RODRIGUES, L. L. Corporate Social Responsibility and Resource-Based Perspectives. Journal of Business Ethics, v. 69, 2006. JUGDEV, K.; THOMAS, J. Project Management Maturity Models: The Silver Bullets of Competitive Advantage? Project Management Journal, 2002. TORUGSA, N.; O’DONOHUE, W.; HECKER, R. Capabilities, Proactive CSR and Financial Performance in SMEs: Empirical Evidence from an Australian Manufacturing Industry Sector, 2012.