Resumo

As MPEs são importantes para a economia nacional, representando mais de um quarto do PIB nacional, sendo responsável por gerações de postos de empregos e desenvolvimento local e regional. Contudo essas empresas enfrentam dificuldades características do seu porte, e uma proposta que pode propiciar vantagem competitiva sustentável é a configuração em redes. As redes interempresariais surgem como um formatos organizacionais para atender às expectativas de um mercado com diferentes demandas, compartilhando recursos, informações e conhecimentos, face a complexidade das relações existentes

Este artigo tem como objetivo descrever as características, como a formação, o desenvolvimento e a manutenção das redes interempresariais de micro e pequenas empresas (MPEs), do ramo de alimentos do estado de Rondônia.

Com atuação geralmente em segmentos mais tradicionais da economia, como a prestação de serviço e o comercio varejista (AMATO NETO, 1999), as MPEs por se inserirem em ambientes competitivos, apresentam algumas dificuldades. Frente a essas dificuldades, uma proposta que pode proporcionar vantagem competitiva sustentável às empresas são as arquiteturas em redes, pois a soma de seus esforços permitirá uma competição mais justas com as grane empresas. Nas redes de MPEs duas dimensões são primordiais para o alcance do sucesso, que são a confiança e a cooperação (BELASTRIN e VARGAS, 2004)

A presente pesquisa é de natureza qualitativa, com caráter descritivo. Realizou-se a pesquisa a 28 MPEs do ramo alimentício de diferentes municípios do estado de Rondônia. Quanto a técnica utilizada, a pesquisa é classificada como pesquisa de campo. A coleta dos dados foi realizada na 7ª edição da maior feira de agronegócio da região norte, a Rondônia Rural Show, sediada no município de Ji-Paraná, estado de Rondônia, Aplicou-se formulários por meio da escala Likert, e a análise utilizou-se software o IBM SPSS versão 24.

Verificou-se que mais de 80% das empresas entrevistadas não se articulam com outras empresas do mesmo segmento na busca do enfrentamento dos problemas que tem em comuns, contudo, em que pese essas empresas não se articularem em rede de empresas, as mesmas demonstram fazerem parte de uma rede interorganizacional, onde instituições governamentais e não governamentais se organizam para prestarem apoios a esses micro e pequenos empresários, que por sua vez, quando obtém sucesso em seus negócios, geram empregos e movimento na economia local

Conclui-se que um dos grandes motivos é a falta de confiança que os impedem de interagirem e cooperarem com outras empresas na mesma situação.

AMATO NETO, J.: Redes de cooperação produtiva: antecedentes, panorama atual e contribuições para uma política industrial. Tese (Livre Docência) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999.