Resumo

As Redes relacionam-se diretamente com as Cadeias de Suprimentos, como orientam Barbosa e Sacomano (2001). Surge uma nova abordagem gerencial, a qual pondera tanto o cenário interno quanto o externo das organizações, chamada de Green Supply Chain Management (GSCM), conforme Sarkis et al. (2011); Min & Kim (2012). Trata-se de uma abordagem moderna de gestão ambiental, haja vista que o debate sobre o reconhecimento de práticas de GSCM e seus impactos positivos no desempenho organizacional ainda estão sendo fortalecidos. Tais práticas melhoram o desempenho ambiental [...], Walker et al. (2008).

As práticas de gestão verde da cadeia de suprimentos são entendidas como as atividades de gerenciamento que tentam melhorar o desempenho ambiental dos insumos adquiridos ou das empresas que os fornecem (Walker, Di Sisto, & McBain, 2008). Todavia, diante destas práticas, surge o problema de pesquisa: será que os Relatórios GRI são bastante suficientes para identificar as práticas de gestão verde da cadeia de suprimentos? O objetivo é analisar a possibilidade dos Relatórios GRI serem empregados como fonte de informação para adoção de um índice de esverdeamento.

Segundo Jacoby (2009), a Gestão da Cadeia de Suprimentos é um conjunto de tarefas compreendidas em movimentar um produto do fornecedor para o consumidor final. O conceito de gestão verde da cadeia de suprimentos, para An et al. (2008), acrescenta uma consciência ambiental [...] e foi introduzido no final de muitos processos de fabricação. A GRI (Global Reporting Initiative) é uma iniciativa que tem como objetivo melhorar a qualidade, o rigor e a aplicabilidade dos relatórios de sustentabilidade, organizados quanto a desempenho econômico, ambiental e social, denominado como triple botton line.

Realizada revisão bibliográfica de vinte relatórios GRI das empresas da lista Bovespa (B3), entre 2016 e 2017, pelo critério de possuírem mais informações. Sua natureza é aplicada, a estratégia é qualitativa e finalidade descritiva, visando observar, apontar e analisar os fenômenos estudados. Foram analisados periódicos acadêmicos, dos últimos dez anos, das bases CAPES e WoS. Os dados foram extraídos dos relatórios GRI, relacionando as práticas adotadas com os Indicadores de desempenho, apontando quais empresas executam mais ou menos práticas de gestão verde na cadeia de suprimentos.

Foram confrontados os relatórios GRI de sustentabilidade das empresas e suas respectivas práticas verdes, concluindo-se que existe sim a possibilidade de tais documentos serem utilizados como fonte de informação para que seja adotado um índice de esverdeamento, bem como a elaboração de um modelo conceitual a partir da consolidação dos estudos, para testes empíricos posteriores. A determinação do número de casos ocorreu pela saturação teórica que acontece após comparação dos fatores e práticas adotadas de Gestão Verde da Cadeia de Suprimentos, apontadas em vários estudos dos principais autores.

A pesquisa constata a possibilidade de se estabelecer um índice de esverdeamento dos relatórios GRI de sustentabilidade das empresas, que possibilita identificar o quão verdes são as práticas adotadas, tanto para conhecimento de estudiosos do tema, quanto para gestores. Mesmo em estágio inicial de aplicação, este modelo permitiu alcançar o objetivo proposto, ainda que suscetível a falhas e vieses do pesquisador. Como limitação, observa-se que foram escolhidos relatórios de redes de suprimentos nacionais, podendo ser expandido o estudo para redes internacionais.

AN et al. A framework for GSCM complying with RoHS directive. In:CRR Conference 2008. Queen´s University Belfast, 2008; BARBOSA, F.A.; SACOMANO, J.B.. As redes de negócios e as cadeias de suprimentos: um estudo de caso para compreensão conceitual. XXI–ENEGEP: Salvador, 2001; JACOBY, D. Guide to SCM: how getting it right boosts corporate performance. John Wiley & Sons, 2009; SARKIS,J. A boundaries and flows perspective of GSCM. SCM: An Intern. Journal, 2012; Walker et al. Drivers and barriers to environmental SCM practices: Lessons from the public and private sectors. Journal of P&SM, 2008.